Problemas sem solução: Favelas
Uma coisa que eu nunca entendi é o fato de favelas crescerem como capim aqui no Rio de Janeiro. Elas brotam, crescem e ninguém faz nada, nem antes, nem durantes ou depois. O Estado, em todas as suas esferas não se incomoda. As ONGs aplaudem, já que favela e necessidade das é o que sustenta essa gente. Favela, não podemos esquecer, é antes de tudo um problema de moradia. Necessidade básica do homem. Problema que o Brasil não consegue resolver de jeito nenhum.
O advento da favela, no meu tacanho modo de ver, tem quatro fases. A primeira foi a da exclusão social, já que as primeiras favelas datam da primeira do início do século XX, após o fim da escravidão (formal) no Brasil. O papo foi mais ou menos assim: “Negão, você agora não é mais escravo. Então vai embora e arruma um lugar para guardar os seus trapos.” E assim foi feito. Não esqueçamos que no Rio de Janeiro havia um grande contingente de escravos que trabalhavam em serviços urbanos, nas fazendas e engenhos do que hoje faz parte do Grande Rio. Em seguida, veio a época romântica da favela (Mangueira, seu cenário é uma beleza...). Época do nascimento das escolas de samba, dos grandes mestres do samba, da malandragem, do Orfeu da Conceição. Com final do regime militar a eleição de Leonel Brizola para o governo estadual, foi inaugurada a fase do descaso. A desculpa era o respeito aos direitos humanos. Mas o estado correu da favela. Tanto no papel de policiamento, como na função de provedor de saneamento, saúde e educação. A favela se tornou a melhor camuflagem para o tráfico de drogas. Agora vivemos a fase do descontrole. Ninguém sabe o que fazer com as favelas, essa é a verdade. Impossível invadir e tirar o tráfico sem derramar sangue. Impossível dar o padrão de educação razoável para os jovens num clima de insegurança enorme. Sem contar a dificuldade de urbanizar favelas, desapropriar (se é que existe apropriação) casas e construir ruas pelas quais passaria todo o cortejo civilizatório.
Em suma, as favelas são o sinônimo da negligência. Brizola, Marcello Alencar, Moreira Franco, Garotinhos e tantos outros nadaram na piscina de votos oriundos de lá. Mostrando que, apesar de necessário, é doloroso e nada lucrativo ― em termos eleitoreiros ― mexer de verdade nesse assunto. Sérgio Cabral ensaia alguma coisa diferente. Mas não sei se ele vai ter tempo, competência e votos para continuar. Há uma semana, ele inaugurou dois edifícios residenciais no morro Santa Marta, com 24 unidades com um e dois quartos. A prioridade foi atender aos moradores que tem algum tipo de dificuldade de locomoção ou que estavam morando em construções com alto risco de desabamento. Louvável atitude, justiça seja feita. O projeto ainda está em andamento e prevê a construção de mais casas. Para surpresa de todos, o presidente da associação de moradores da favela reclamou publicamente da falta do sinal pirata de TV a cabo. O fato mostra que o resultado mais contundente de todo esse processo é a noção distorcida de cidadania que dominou os moradores das favelas.
To be continued...
O advento da favela, no meu tacanho modo de ver, tem quatro fases. A primeira foi a da exclusão social, já que as primeiras favelas datam da primeira do início do século XX, após o fim da escravidão (formal) no Brasil. O papo foi mais ou menos assim: “Negão, você agora não é mais escravo. Então vai embora e arruma um lugar para guardar os seus trapos.” E assim foi feito. Não esqueçamos que no Rio de Janeiro havia um grande contingente de escravos que trabalhavam em serviços urbanos, nas fazendas e engenhos do que hoje faz parte do Grande Rio. Em seguida, veio a época romântica da favela (Mangueira, seu cenário é uma beleza...). Época do nascimento das escolas de samba, dos grandes mestres do samba, da malandragem, do Orfeu da Conceição. Com final do regime militar a eleição de Leonel Brizola para o governo estadual, foi inaugurada a fase do descaso. A desculpa era o respeito aos direitos humanos. Mas o estado correu da favela. Tanto no papel de policiamento, como na função de provedor de saneamento, saúde e educação. A favela se tornou a melhor camuflagem para o tráfico de drogas. Agora vivemos a fase do descontrole. Ninguém sabe o que fazer com as favelas, essa é a verdade. Impossível invadir e tirar o tráfico sem derramar sangue. Impossível dar o padrão de educação razoável para os jovens num clima de insegurança enorme. Sem contar a dificuldade de urbanizar favelas, desapropriar (se é que existe apropriação) casas e construir ruas pelas quais passaria todo o cortejo civilizatório.
Em suma, as favelas são o sinônimo da negligência. Brizola, Marcello Alencar, Moreira Franco, Garotinhos e tantos outros nadaram na piscina de votos oriundos de lá. Mostrando que, apesar de necessário, é doloroso e nada lucrativo ― em termos eleitoreiros ― mexer de verdade nesse assunto. Sérgio Cabral ensaia alguma coisa diferente. Mas não sei se ele vai ter tempo, competência e votos para continuar. Há uma semana, ele inaugurou dois edifícios residenciais no morro Santa Marta, com 24 unidades com um e dois quartos. A prioridade foi atender aos moradores que tem algum tipo de dificuldade de locomoção ou que estavam morando em construções com alto risco de desabamento. Louvável atitude, justiça seja feita. O projeto ainda está em andamento e prevê a construção de mais casas. Para surpresa de todos, o presidente da associação de moradores da favela reclamou publicamente da falta do sinal pirata de TV a cabo. O fato mostra que o resultado mais contundente de todo esse processo é a noção distorcida de cidadania que dominou os moradores das favelas.
To be continued...
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