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Mostrando postagens de agosto, 2009

Robin Hood da Silva

Lula parece não ter mais limites, se é que já os teve. A última é comprar barulho com um de seus maiores aliados, Sérgio Cabral. Um ano antes da eleição, o “prisidenti” balança as estruturas de seu palanque nas terras fluminenses, ao propor que distribuição dos royalties pagos a estados e municípios seja revista para a exploração do pré-sal. Sérgio Cabral é notadamente um articulador que, ao se aproximar de Lula, aglutinou uma série de vantagens que governos anteriores não conseguiram. É histórico o quebra-pau entre Rio de Janeiro e Brasília. Desde que Brizola foi eleito em 1982, as torneiras federais se fecharam. Cabral virou cabo eleitoral de Lula, que o enche de afagos e ajudou colocar Eduardo Paes na prefeitura carioca. Tudo levava a crer que o caminho de Dilma nos recantos do Rio estava sendo construído. Mas o caldo pode desandar. A mim parece que Lula precisa tirar dinheiro de algum lugar para dar aos estados do nordeste. Lá estão os currais eleitorais da gente que dá sustentação

Suplicy, pede pra sair.

Suplicy, mostrou um cartão vermelho para o Sarney, numa das cenas mais hilárias do Senado Federal. Suplicy com cara de bravo é hilário. Suplicy cantado Cat Stevens e Bob Dylan é hilário. Em suma, Suplicy é hirálio. Suplicy, ficou na dele antes do Conselho de Ética arquivar as denúncias contra Sarney, numa das atitudes mais patéticas do Senado Federal. Suplicy dizendo que se pudesse votaria contra, mas que podia fazer nada, foi patético. Suplicy se dobrando ao generais do partido foi patético. Em suma, Suplicy é patético. Suplicy, agora é tarde. Pegue seu cartão e repita o gesto na frente do espelho.

O plano de Obama para os ricos e doentes

O americano clássico é patriota, conservador, protestante, tem arma em casa, come mal e tem problemas cardíacos. Ele é bem diferente do americano “tipo exportação” que estamos acostumados a ver nas séries de TV e nos filme de Hollywood. As mulheres não costumam parecer como a personagem da magrinha Sarah Jessica Parker e suas amigas, no seriado Sex And The City . Os homens não tem aquele glamour do George Clooney, em qualquer personagem que ele interprete. São pouco informados sobre o mundo fora dos Estados Unidos e os negros de lá se acham melhores que os negros de outras partes do planeta. A eleição de Barack Obama, às vezes, parece mais uma opção contra a mesmice da política americana do que quebra de preconceitos ou entendimento que era a hora de uma real mudança no american way of live . E Obama já começa a amargar o final do gosto da bala Juquinha. Além da queda de seu índice de popularidade, enfrenta a oposição ao seu plano para criar um serviço de saúde pública. Acreditem, nos

Choque de Ordem Vascaíno

Hoje os vascaínos tomaram o Maracanã. Comemoração dos 111 anos da agremiação esportiva e jogo pela segunda divisão do Campeonato Brasileiro, contra o Ipatinga. Aos meus olhos rubro-negros nada demais. A não ser pelo fato de que as calçadas das redondezas foram invadidas por carros dos torcedores cruzmaltinos. Aí é que está a contradição. Desde que iniciou seu governo, Eduardo Paes tem tomado algumas ações pela cidade que ele denomina de Choque de Ordem. Algumas são absurdas, pois são contra o melhor do espírito carioca e não melhora em nada a rotina da cidade. Já outras se fazem necessárias e devem ser apoiadas. Uma delas é inibir a bagunça de carros que se instala toda vez que tem jogo no Maracanã. O estádio foi construído numa época em que muito pouca gente andava de carro e sua localização é num bairro hoje ocupado por muitos prédios residências e ruas não muito largas. Quem mora perto do estágio, como eu, sabe que é um martírio não ter por onde passar, por conta das calçadas cheias

Tinha que ser preto...

Januário Alves Santana, 39 anos, baiano, mas mora em São Paulo há dez anos. Lá ele se casou, e teve dois filhos. Trabalha duro para dar uma vida digna à esposa e às crianças. Como qualquer pessoa, foi ao supermercado fazer compras. Sua filha mais nova estava dormindo e Januário decidiu ficar no carro enquanto a esposa e o outro filho entraram na loja. Até aí, tudo bem. Qual o problema de um pai de família ficar no carro com a filha pequena, no estacionamento de um supermercado esperando a esposa? Nenhum. Mas Januário tinha que ser preto. E, pelo visto, no Carrefour, pretos não podem ter Ecosport ou qualquer outro carro que não seja o meio de transporte esperado no imaginário coletivo dos jagunços que fazem a segurança da rede varejista. Ele foi acusado de ser um ladrão de carros, levado para uma sala e agredido, a ponto de ter o seu maxilar comprometido. Depois dos socos, veio um policial executar a agressão moral. Você tem cara de quem tem umas três passagens pela polícia, disse o PM.

Estrela Cadente

Caiu a casa. Ou seria a máscara. O PT não tem mais o direito de botar a mão no mastro da bandeira da moral política, da isenção e todo aquele blá-blá-blá. Se alguém achava que os políticos do partido iriam dar bola para a ingênua militância que vai às ruas, usa camiseta vermelha, paga o carnê e sua a estrelinha na blusa, agora não tem mais como se iludir. Sinto muito, petistas. Vocês foram enganados. Seus senadores são iguaiszinhos aos senadores deles. Não percam mais seu tempo, sua energia e seus sonhos com essa gente. Se eu fosse vocês, esvaziaria o partido, rasgaria a carteirinha e queimava a bandeira. A turma que vocês colocaram lá em Brasília é do esquema, joga o jogo, senta na mesa dos escarnecedores. E não se esqueçam de que os escarnecidos também são vocês. Parem de defender essa gente, pedir votos para eles, brigar com os militantes de outras visões políticas. Seus pastores roubaram a sua igreja, rasgaram a sua bíblia. Tenho mais uma má notícia. Como vocês comprovadamente não

Gatos Mestres

Um dia desses, estava eu no deleite de um cafezinho, no centro do Rio de Janeiro. Quando me aparecem dois senhores bem vestidos, aparentando serem de boa situação social, não só pela aparência, mas pelo linguajar. O assunto da conversa deles (impossível não ouvir) era o esquema que um dos honrados cidadãos tinha conseguido para colocar um gato da NET na sua casa. “Paguei cinqüenta pratas para o técnico e tudo resolvido. Agora eu assisto aos jogos em pay-per-view, sem pagar nada. É só colocar no canal, uma maravilha.” Ou seja, o que era pay-per-view se transformou em free-per-view, se é que o termo existe. Há alguns anos, numa festa de uma amiga do trabalho, algo similar aconteceu. Uma daquelas figuras que se metem em todas as conversas e falam sobre todos os assuntos, com a imprudência típica dos ignorantes metidos a enciclopédias humanas, contava com detalhes como fez a ligação clandestina do ponto adicional da TV a cabo em seu humilde chateou, na zona sul carioca. Há alguns meses, a

Feito Para Afundar

Realmente é o ano da França no Brasil. Nada contra os franceses, mas contras alguns brasileiros sim. Foi noticiado hoje que o Ministério da Defesa vai comprar quatro submarinos convencionais Skorpène , fabricados pela francesa DCNS. O valor da transação é de 6,8 bilhões de euros (R$ 19 bilhões). A decisão surpreendeu até o comando da marinha, principalmente porque havia outra opção técnica e financeiramente mais viável. A proposta francesa impõe a construção de um estaleiro no Rio de Janeiro. Em 2007 entrou em pauta uma parceria similar com a Alemanha. A proposta germânica incluía a venda de cinco submarinos e a modernização de outros cinco da frota brasileira. Isso tudo em parceria com o Arsenal da Marinha e sem precisar levantar uma parede sequer. Custo da operação? Algo em torno de 2,1 bilhões de euro. Estranho o rumo que certas coisas tomam nesse país. Decisões que atropelam qualquer embasamento técnico. Tudo é motivo para conseguir apoios internacionais. Aceita-se qualquer propost

Infância Forçada

Parece questão fechada. As pessoas estão desistindo de envelhecer. Envelhecer é complicado. Tem a limitação, o incômodo e a sensação de final. Mais que isso, as pessoas estão desistindo de crescer. Homens e mulheres feitos, em determinado momento, viram a chave ao contrário e iniciam um processo de reversão. Querem fugir das suas responsabilidades, decidem vestir as roupas dos filhos ou de quem teria idade para tanto, invadem as clínicas de estética e confundem bem-estar e saúde com impedimento de processos naturais. Tudo bem... Quem não quer ficar bem na foto e no espelho? Isso é legítimo e louvável até. Mas não dá para levar essa busca às últimas conseqüências. Como crianças, não sabemos mais criar nossas crianças. Delegamos isso à creche, à escola, à Discovery Kids ou qualquer coisa que nos alivie a responsabilidade de orientar uma pessoa e ajudar decisivamente na formação de seu caráter. Sempre se tem a sensação de alguém cuidará de resolver nossos problemas. Os pobres acreditam n

Bons Tempos

No Programa do Jô desta terça-feira, assisti uma das entrevistas mais prazerosas dos últimos tempos. A dupla Adílio e Julio César, ambos jogadores da geração de ouro do Flamengo, contaram detalhes de suas carreiras. Que maravilha de entrevista. Histórias, piadas, lembranças e reflexões de um tempo que não existirá mais no futebol. Era o tempo de um futebol belo, nas imagens e nos princípios. Quando os jogadores amavam seus times e respeitavam suas camisas. Numa época em que os times não terminam o ano com os jogadores que começaram, é bacana conhecer jogadores que passaram décadas defendendo o mesmo clube. Os dois craques são daquela espécie quem tem a cara do clube. Que eram pequenos torcedores, que se tornaram jogadores e depois voltaram a ser torcedores. Adílio (cuja capacidade de driblar em pequenos espaços era admirada por Zico) e Júlio César (apelidado Uri Geller , pela sua capacidade de “entortar” os adversários) tratam o Flamengo por, simplesmente, Mengão. Do mesmo jeito que eu

Stella Junia - Songbook

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Música religiosa, música gospel, música dos “bíblias”, música de igreja, música do padre da moda. Esqueça isso tudo. Há muito tempo, o maior pecado desse estilo é não conseguir aliar a sua mensagem a alguma riqueza musical. Pouquíssimos casos escapam. Perdão, Senhor. Eles não sabem o que fazem. Stella Junia sabe. Sua história musical remete aos tempos de berçário, literalmente. Oriunda de uma família de músicos, desde muito cedo despontou como um talento especial, jóia que precisaria de muito pouco trabalho de lapidação. Seus arranjos e suas composições a levaram a concorrer e ganhar vários festivais e a fizeram uma musicista respeitada tanto no meio sacro, quanto fora dele. Além de lecionar no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, ela é a pianista do coral da TV Globo, entre outras tantas contribuições. Sempre com uma influência marcante de ritmos brasileiros em suas composições, levou isso para os cultos protestantes, oferecendo um novo frescor à liturgia. Sua música é o seu

Na Inglaterra, até os ladrões falam Inglês.

O plano era simples: dar um golpe no país onde os golpistas existem em profusão. Férias perfeitas: aproveitar as belezas do Rio de Janeiro, pagando tudo mais barato do que na Europa e com a temperatura amena do inverno tropical. Só um detalhe foi esquecido. Nesse mesmo país dos golpistas, boa parte da polícia está com um olho no padre e outro na missa. As inglesas Shanti Andrews e Rebecca Turner tentaram aplicar a o “golpe do seguro” , dando queixa da perda de suas bagagens. Afinal, nada mais insuspeito do que ter suas malas desviadas no Brasil. Erraram no cronograma, fizeram depois o que era para fazer antes, foram pegas com a boca na botija. Trocaram um confortável albergue na zona sul carioca pela carceragem de uma delegacia na Baixada Fluminense e depois seguiram para o conjunto penitenciário de Bangu. Conseguiram um habeas corpus e devem estar gastando uma baba com serviços advocatícios. O caso é relativamente simples, coisa de ladrão de galinhas. A indenização para quem realmente