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Mostrando postagens de agosto, 2013

O pior da morte (Uma crônica sobre o que seria depois do fim)

O pior da morte não é ela em si. Não é o ato de parar as funções vitais e interromper um espaço temporal. O pior da morte começa no instante seguinte. Quando começa o tempo da falta. Quem morre deixa um buraco. Não sabemos lidar com a ausência de quem nos é importante. Quão duro é o aprendizado. O pior da morte é quando varremos a casa, arrumamos os armários e esvaziamos as gavetas. É quando pagamos a conta de luz, o condomínio e o seguro do carro.  Cancelamos viagens, projetos e sonhos. É quando organizamos as fotos e lemos cartas antigas. O pior mesmo é quando achamos aquele bilhetinho no bolso do paletó. O pior da morte é voltar a certos lugares. Sentir o perfume preferido de quem morreu em alguém desconhecido. É ser pego de surpresa pelo rádio tocando aquela música. É olhar a vitrine e lembrar que aquela roupa ficaria perfeita. O pior da morte é o cinema sem as mãos juntas. Sem o beijo roupado na cena chata. Sem ter com quem dividir o    enorme  saco

Chronos

Em junho nasci Amei em setembro Em abril sangrei Quando morri  não lembro Em agosto renascia Hoje vivo em poesia

A ela...

A ela todas as rosas Todas as luas Todas as ruas Todos os versos e prosas A ela todas as praias Todos os dias Todos os carinhos Todos os sorrisos A ela tudo Todos os sóis Todos vós Ai de nós Sem ela

Cedo tarde

Tudo é muito cedo Ou é muito tarde Já meio-dia Ainda sol que arde Ontem especial  Hoje inútil  Beijo especial Lembrança fútil Tudo era para sempre Nada é nunca mais Noites de silêncio Muitas tardes de jazz O amor que sempre quis No poema que nunca fiz Porque tudo é cedo ou tarde demais Agora pode ser nunca mais 

Simples

Simples Como as coisas boas da vida Como as palavras das crianças Como café quente, pão francês  E manteiga derretida Nas manhãs simples De andar de bicicleta  E sentir o vento no rosto Simples como abraço de amigo Risada de piada boa Conversa sem medo do tempo Quanto tempo...  As simples coisas nos têm escapado  Tudo complicado, compromissos não explicados e corações apertados Complicaram o amor... Era simples, tão simples Como éramos eu e você

O amor que te faço

Faço-te amor calado Escondido, guardado Nem sabes que faço Porque no meu silêncio  Dissimulo o desejo Faço-te amor na alma Com a calma de quem espera A hora, a chance, a vez De invadir tuas vestes De beijar a tua tez  E possuir-te o corpo  Faço-te o amor que não classificas Por isso ficas assustada Mas somente te faço amor Mais nada

Brisa impossível

Brisa impossível Que beijou o rosto Suave, que acolheu E envolveu de forma completa Brisa impossível  Pega desprevenido quem pelo calor é aturdido Brisa passageira Passeia mas não pertence  Brisa que passou Que era aprazível  Mas não ficou Porque era brisa Porque era impossível

Quinze Horas

Eram quinze horas E àquelas horas Só pensava em voltar O mais rápido possível Vontade irresistível De com ela estar A mulher que deixara  Era quase tara, coisa rara A esposa de sempre Sem disfarces ou truques Perfumes ou badulaques  A mesma com que dormia e acordava Todos os dias.  Mas ele a queria Com fome leonina  Sua fêmea completa  Sua senhora-menina Pensava em sua pele bronzeada Contrastada com a fina penugem dourada Em suas ancas torneadas Beijos umedecidos Seu hálito aquecido. Ele sentia o peito comprimido. Precisava, já não se controlava O raciocínio lhe escapava  Depois de desejosos surtos Olhou o relógio Quinze horas... E cinco minutos.  (Alexon Fernandes)

Não sejas pai.

Não sejas pai, se não suportas o imprevisto.  Não sejas pai, se não consegues ser pontual.  Não sejas pai, se te prende demais ao relógio.  Não sejas pai, se não entendes o sentido da doação.  Não sejas pai, se não sabes dar bom exemplo.  Não sejas pai, se achas que crianças são apenas miniaturas.  Não sejas pai, se não suportas bagunça. Não sejas pai, se planejas em demasia.  Não sejas pai, se não sabes dizer "não".  Não sejas pai, se não entendes o valor do "sim". Não sejas pai, se não cumpres pequenas promessas cotidianas.  Não sejas pai, se tens medo de desafios. Não sejas pai, se tens algum vício.  Não sejas pai, se não tens paciência para explicar as coisas em detalhes.  Não sejas pai, se te preocupas demais com detalhes ou se os ignora.  Não sejas pais, se não pensas no futuro.  Não sejas pai, se não acreditas em amor incondicional.

Recomendações de um Fim.

Volta para casa. Fecha as portas e janelas. Fica bem protegidas e tranqüila. Eu fico com o resto, sobraram-me as coisas que estão lá fora. O que não é pouco.  Queima as cartas que te escrevi e nossas fotos. Apaga meus vestígios na tua vida. Isso evitará que caias na tentação de querer saber meu paradeiro.  Não ouças as músicas que te fazem lembrar de mim. Se fores traída pelo rádio do carro, muda correndo a estação.  Tenta esquecer minha voz, o som da minha risada, os meus trejeitos e manias. Esquece minhas piadas e minhas frases de efeito. Qual é o perfume que eu uso ou minha cor predileta.  Protege teu coração e tua mente. Esconde-te entre a tua parentela e amigos. Afunda-te em trabalho, segue teus planos e ignora dos meus.  Permite que eu parta. Solta a corda que me prende ao cais. Se nao posso ficar, deixa-me ir.  Atende meu conselho. É melhor para mim. 

Homem inseguro.

Mulher insegura é complicado, mas é até compreensível. Sem nenhum caráter machista, as mulheres, de algum modo, buscam segurança em seus parceiross - emocional, física, intelectual e... por que não?... questionável...financeira. Homem inseguro é estranho, envergonha a classe. Claro que todos nós temos certo grau de insegurança, nos mais variados campos da vida. Eu me refiro ao homem que faz da sua insegurança nos relacionamentos amorosos (ou similares) um dos seus traços mais marcantes. Homem inseguro não acerta na mão. Ou exagera na atenção ou dá atenção nenhuma. Ou é peguento, com a desculpa de ser atencioso. Ou se faz de surdo, para continuar mudo diante de questões que são levantadas pela parceria.  Homem inseguro elogia a parceira, mas sempre que pode dá uma lembrada nos pontos fracos dela. Só para não deixar a moça colocar as asas de fora. Quem tem asas quer voar. Não vai ser o desdém de ninguém que impedirá isso. A não ser que a mulher seja mais insegura ainda. Hom

Canabis Uruguaiana.

A câmara dos deputados do nosso vizinho Uruguai aprovou o cultivo e consumo da maconha. A matéria ainda será apreciada pelo Senado. O presidente uruguaio alega que a liberação do cultivo e do consumo enfraquece os traficantes de drogas, acabando com o problema do tráfico no país.   Sinceramente, não sei o que se passa na cabeça dos uruguaios. Pois, se supostamente resolve a questão de tráfico de d rogas, cria-se outro grande problema de saúde pública. Droga liberada é droga consumida em larga escala. É assim com o álcool e já vimos quantos danos isso trás. E nem adianta comparar Uruguai com Holanda. Definitivamente, é uma péssima comparação, a começar pelos sistemas de saúde e passando pelo fato de a Holanda não ser um produtor da droga, na escalas uruguaias.  Outra fator é que o consumo de drogas e seus efeitos maléficos atingem a população economicamente ativa. Imaginem um motorista doidão, um eletrecista doidão, um neuro-cirurgião doidão ou uma professora doidona. Os danos