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Mostrando postagens com o rótulo Coisas

A Fila e a Oportunidade

Hora do almoço, fila do restaurante Verde Vício, no centro do Rio. Lugar de comida saudável e preços condizentes com a proposta do local. Gente descolada e inteligentinhos frequentam – e tem também quem quer se alimentar direito. Tem fila. E a fila é aquilo: o lugar perfeito para um pequeno teste de mau-caratismo. É batata (não o legume), sempre há quem fura a fila. Arco-reflexo, naturalizado, instintivo. Eu vou além: genético. E me refiro às genérica de nossa formação socia l, dos pesos e dos valores que abraçamos ou abdicamos para alcançar sucesso ou riqueza. Parece bobagem. O que tem demais uma furada de fila inofensiva? A resposta pode estar no censo do oportunidade. Assim como roubar bilhões dos cofres públicos, furar fila é oportunidade. Nós exigimos dos políticos uma ortodoxia que não temos no cotidiano. Discordam? Então o que dizer da quantidade enorme das notórias falsificações de carteiras de estudante para pagar meia entrada? Dos roubos e receptação de mercadorias? Ou e...

Todos os Junhos do Ano

J unho. Mês das festas juninas, mês do meu aniversário e mês dos namorados. Ou melhor, por causa do dia 12, os namorados entram na pauta e na agenda comercial. Datas assim sempre servem para as manifestações sobre o tema. Sempre alguém falará que o dia dos namorados é mais uma desculpa para o consumo exacerbado, lucro para os restaurantes e filas nos motéis, que dia nos namorados é todo dia. Tem também os que fogem da data, por – mais uma vez -  estarem sem um par para passar a data. Há quem se divirta e curta à beça o dia. Porém, raramente refletimos sobre o tipo de namoro que queremos ter. Há muita gente reclamando que não arruma namorado. As mulheres atribuem à falta de homem que preste. Os homens, bem... Muitos me deixam envergonhado pelo seu comportamento infantil. Outros estão completamente perdidos com a mulher contemporânea que não precisa dele, mas que gostariam sim da companhia de alguém que entendesse a mulher de forma mais ampla e profunda. Não é fácil viver e conv...

"Da igreja"

Hoje ouvi algo muito preocupante. Alguém disse que, preferencialmente, mantinha em seu círculo de relacionamentos e amizade somente pessoas "da igreja". Eu retruquei, dizendo que isso não fazia sentido. Pois, vivemos cercado de pessoas com os mais diversos pensamentos e crenças. Meu interlocutor insistiu no argumento, alimentado a ideia de que restringia ao máximo essa possibilidade, inclusive nas amizades de sua filha. É reprovável, preconceituoso e muito distante do que o Cristo pregou e viveu. Ele era cercado de gente que não acreditava ou não entendia a sua mensagem. Ele impediu a execução por apedrejamento de uma mulher acusada de adultério, jantou na casa de um fiscal corrupto. Dentre seus amigos mais próximos, havia um traidor que o entregou à morte por um saco de dinheiro e um covarde que negou o ter conhecido. Jesus não tinha preconceito de origem, gênero ou condição social. Mostrou isso batendo um bom papo uma mulher, samaritana e bígama. Tocava em leprosos, qua...

Uma reflexão sobre ontem (o Dia dos Pais)

Uma reflexão sobre ontem: Vimos nas redes sociais, por ocasião do dia dos pais, uma série de fotos (antigas e novas), sempre acompanhadas de textos carinhosos, agradecido e até mesmo saudosos sobre nossos pais e avôs.  Isso é bonito, é belo e (espero) sincero.  Mas aí fica um ponto a se pensar. Somos, em grande parte, resultado de exemplos que tivemos de nossos pai e de nossas famílias. Pelo que li aqui, foram bons exemplos de amor, de respeito, trabalho, caráteres e amor ao próximo. Será que estamos não só seguindo estes exemplos, mas também replicando-os?  Não basta saber o que em tese é o certo e bom. É preciso praticar de forma efetiva, intensa e, em muitos casos, até cansativa. Já que nossos pais foram e são tão bons, o que estamos fazendo de fato para que esse tão modelo perdure? O que eu e você preservamos em nossos relacionamentos diários para que todas as coisas boas que nos foram ensinadas e doadas sejam perpetuadas? Se não agimos assim, eis...

Beleza em movimentos.

A beleza também vive nos movimentos. Isso. Quem nunca achou a beleza nos movimentos de alguém? No andar, no gesticular, ou em tantos pequenos trejeitos que nos encantam e nunca mais saem da nossa memória.  Como se o movimento eternizasse aquela pessoa. E, dependendo do nível de convivência, essa beleza se expressa nos momentos mais inusitados. É o jeito de folhear as páginas de um livro, de escolher as roupas no armário, ou até de dirigir o carro.  Eu lembro de como era bela a rotina da hora de almoçar de alguém que viveu muito íntima a mim. Como ela carregava a bandeja, como manuseava talheres e decidia o que comeria primeiro. A minha comida esfriava por causa do meu namoro aos movimentos dela.  A beleza se eterniza em movimentos? Pode ser... O encantamento e a admiração se expressam até em movimentos. Até porque os movimentos, em tese, são expontâneos e por isso são a genuínos.  É isso que nos amarra a alguém. O que ela é por si só. (Alexon Fer...

Obrigado, professor Jayme.

Jayme de Almeida. O homem que tirou leite de pedra e conseguiu três feitos improváveis: ganhar uma Copa do Brasil, salvar o clube da degola na Série A e ganhar um Campeonato Carioca. Tudo isso com o infame elenco, que Mano Menezes insinuou possuir dificuldades cognitivas, de tão fraco que era. Esse mesmo senhor, com 40 anos de história no clube é demitido pelos vizinhos, amigos e imprensa. Pois  os dirigentes do Flamengo não tiveram a hombridade de fazer o que deve ser feito em qualquer birosca: conversar e explicar os motivos da demissão. Teria o Flamengo virado uma birosca, ou os ditos bastiões da gestão pensam o gigante da Gávea assim o é? Jayme descascou, fatiou e serviu o abacaxi. Salvou a diretoria do Flamengo de um vexame. É bom lembrar aos carecas da Gávea que existe uma cláusula no contrato com a Adidas que penaliza o Rubro-Negro por vexames vestindo a marca. Profissional discreto e atento, fez-nos testemunhas de como um técnico pode mudar um jogo, um time e um campeonato....

Fantasma Paradoxal.

Eu vi um fantasma.  Um fantasma do futuro. Um fantasma paradoxal. Tinha o mesmo perfume, os mesmos traços e os mesmos trejeitos do passado.  Sentou ao meu lado e sorriu o sorriso que outrora eu tanto provoquei. Conversamos animadamente, sobre vários assuntos. Sobre longevidade, eternidade e outros planos de vida. A assombração vindoura me deu pistas de como será o porvir, com suas marcas do tempo e sua leve gris.  Perguntou-me como vai a vida. Respondi que vai bem. E que, desde que o passado se foi, algumas coisas haviam mudado, mas que eu continuava o mesmo sujeito.  Rápido o momento passou e o futuro espectro se foi. Meu sentimento era de espanto e admiração. O fantasma do futuro era a mãe do passado. Não era fantasma, então. Era projeção.  Futuro, mande lembranças do presente ao passado. 

Novo ano novo.

Era fim de ano. E ele sempre fazia votos, todos finais de ano. De que mudaria a vida, de que emagreceria, de que se alimentaria melhor. De que mudaria de emprego, para algo que o fizesse feliz. Arrumou algumas gavetas. Encontrou fotos antigas de amigos dos tempos da faculdade de Economia. Com alguns ainda tinha contato raro, já outros eram somente uma lembrança da foto amarelada que registrara um momento feliz de qualquer um daqueles anos agitados. Achou também bilhetes de passagens aéreas, postais, contas vencidas e até um cartão de aniversário de uma ex-namorada. Rasgou algumas coisas, outras guardou em uma pasta dessas de papelão. Etiquetou: Fotos e lembranças. O telefone tocou. Era sua mãe, perguntando se ele iria no almoço de final de ano. “Seu pai está doente. Vai gostar de ver você”, ressaltava ela. A doença do pai era algo que lhe incomodava. O homem ativo e audacioso de outrora, agora era um velho fraco e dependente. Não gostava de ver seu pai, um verdadeiro herói da sua ...

A Felicidade dos Outros

Felicidade alheia é incômodo somente para os infelizes. Ou para os egoístas. Como uma vez disse meu amigo Deleon Carvalho, muitos querem a nossa felicidades, desde que essa felicidade não seja maior do que a deles. É verdade.  Mas a felicidade tem tamanho? Ela pode ser fingida? Não, para a primeira pergunta e sim, para a segunda. Na minha opinião, felicidade é absoluta. Não existe fração para a felicidade. Ou se é feliz ou não se é feliz. Já sobre fingimento, desde que o mundo é mundo, finge-se sobre qualquer coisa, principalmente a felicidade (e suas modalidades).  Tá. Mas e daí se estão fingindo? O preço da mentira, neste caso, quem vai pagar não é quem a assiste e sim que a prega. Se a pessoa finge ser feliz, no mínimo ela está adiando seu encontro com a verdade, enxergar a realidade e ir em busca de uma felicidade genuína. É um flagelo pessoal. Por isso, me estranha ver gente choramingando sobre o exagero de "exposição da felicidade" nas redes sociais. Se a felic...

O Perdão

O perdão é uma espécie de consolo. Há coisas que não podemos mudar. Existe o rio e seu curso, ele sempre irá para o mar.  O perdão é tirar o excesso de peso na bagagem. É entender que quanto menor o fardo, mais fácil é a caminhada.  O perdão é um acerto de contas com o passado. É transformar o presente. É semear o futuro.  O perdão é um jeito de crescer. É tirar o sapato que nos aperta, a roupa que nos incomoda. É vestir algo confortável e adequado. O perdão é gostar de si mesmo, ao ponto de perdoar para merecer o perdão. É buscar o conforto da própria alma.  O perdão é experimentar a paz. É aparar arestas através da erosão da sabedoria. É cessar a guerra e estender a mão.  O perdão é um difícil exercício. Porém, compensador. É o esforço do amor ao próximo refletindo o amor de Deus.  O perdão vem de Deus. 

Sobre as capas de revistas.

As mulheres sempre foram observadoras de si mesmas. Nos detalhes, cada um deles. Elas sabem exatamente a cor do esmalte que as outras estão usando, as diferentes tonalidades de cor de cabelo, se aquele corte está na moda ou se o sapato que a Fulana está usando na festa é o mesmo que a Beltrana usou no casamento da Sicrana. É típico da mulher observar e se observar. São horas de espelho. Qualquer superfície polida pode ser espelho. São cremes, batons e tantos outros cuidados e adornos que meu cérebro masculino não absorve nem um centésimo desse conhecimento. Isso sem contar os famigerados dois quilos (quase folclóricos) que as mulheres sempre querem perder. Por falar em quilos, vêm à lembrança as capas de revistas de moda feminina. Verdadeiros cultos à irrealidade. Modelos esquálidas, chapadas, restas e retocadas (ou seriam refeitas?) pelo Photoshop. Aquilo não é uma verdade, pois sim uma mentira muito bem contada, ao longo do tempo. A mentira de que perfeição e beleza estão di...

CONTO Nº. 02

Era domingo. Fria manhã. Ela acordou mais cedo que o usual.  Sentiu-se estrangeira na própria cama, apesar do cenário batido.  Fechou os olhos, na ilusão de que, ao abri-los novamente, tudo poderia mudar.  Não mudou.  Ela ouvia a respiração profunda, pontuada, incômoda. Tudo se tornara incômodo. Não o reconhecia mais. Não se reconheciam mais. Ele era o homem que ela julgou que amaria para sempre. Não que ela tivesse deixado de amá-lo. Talvez, sim... Provavelmente. Mas era difícil aceitar. Já não havia mais o ânimo de antes, a vontade, o brilho. Não era a rotina, não eram problemas. Simplesmente não era. Mais nada.  Levantou. Pela fresta da persiana, ela notou as poucas gotas de chuva. Olhou para a cama e percebeu que se ela desaparecesse o sono dele não seria interrompido. Mudou a roupa, lavou o rosto, calçou um par de tênis. Foi à cozinha, bebeu água. Saiu. No espelho do elevador, via-se por inteiro. "Merda. Engordei.", pensou ela. Mesmo assim, enx...

Romance versus Casamento

O casamento romântico parece ter virado uma utopia abandonada. Ruim duas vezes. Por ser utopia e por se abandonada.  O casamento (leia-se vida de dois que decidem seguir juntos) é uma tarefa difícil. Mas que pode ser muito melhor, se rolar romance e não troca de favores em que se transformou, em muitos casos. Ele dá papo e ela dá sexo. Ele põe dinheiro em casa e ela mantém as coisas em ordem.  Isso é muito confuso e perigoso. As coisas mudaram e tem muita mulher ganhando mais que seus maridos e muito homem que quer ser ouvido e precisando de colo.  Casamento tem princípios, não regras. E o romance deveria ser um princípio que servisse para amenizar as diferenças. Não se casa sem namorar, não se namora sem romance. Com exceção dos (e das, principalmente) masoquistas, namoro é um pudim de romance. São flores, bilhetes, viagens, presentinhos, carinhos expontâneos. Vem o casamento, a rotina, as contas, os filhos e o romance some.  Eu pergunto: Quando a c...

Quinze Horas

Eram quinze horas E àquelas horas Só pensava em voltar O mais rápido possível Vontade irresistível De com ela estar A mulher que deixara  Era quase tara, coisa rara A esposa de sempre Sem disfarces ou truques Perfumes ou badulaques  A mesma com que dormia e acordava Todos os dias.  Mas ele a queria Com fome leonina  Sua fêmea completa  Sua senhora-menina Pensava em sua pele bronzeada Contrastada com a fina penugem dourada Em suas ancas torneadas Beijos umedecidos Seu hálito aquecido. Ele sentia o peito comprimido. Precisava, já não se controlava O raciocínio lhe escapava  Depois de desejosos surtos Olhou o relógio Quinze horas... E cinco minutos.  (Alexon Fernandes)

Não sejas pai.

Não sejas pai, se não suportas o imprevisto.  Não sejas pai, se não consegues ser pontual.  Não sejas pai, se te prende demais ao relógio.  Não sejas pai, se não entendes o sentido da doação.  Não sejas pai, se não sabes dar bom exemplo.  Não sejas pai, se achas que crianças são apenas miniaturas.  Não sejas pai, se não suportas bagunça. Não sejas pai, se planejas em demasia.  Não sejas pai, se não sabes dizer "não".  Não sejas pai, se não entendes o valor do "sim". Não sejas pai, se não cumpres pequenas promessas cotidianas.  Não sejas pai, se tens medo de desafios. Não sejas pai, se tens algum vício.  Não sejas pai, se não tens paciência para explicar as coisas em detalhes.  Não sejas pai, se te preocupas demais com detalhes ou se os ignora.  Não sejas pais, se não pensas no futuro.  Não sejas pai, se não acreditas em amor incondicional.

Recomendações de um Fim.

Volta para casa. Fecha as portas e janelas. Fica bem protegidas e tranqüila. Eu fico com o resto, sobraram-me as coisas que estão lá fora. O que não é pouco.  Queima as cartas que te escrevi e nossas fotos. Apaga meus vestígios na tua vida. Isso evitará que caias na tentação de querer saber meu paradeiro.  Não ouças as músicas que te fazem lembrar de mim. Se fores traída pelo rádio do carro, muda correndo a estação.  Tenta esquecer minha voz, o som da minha risada, os meus trejeitos e manias. Esquece minhas piadas e minhas frases de efeito. Qual é o perfume que eu uso ou minha cor predileta.  Protege teu coração e tua mente. Esconde-te entre a tua parentela e amigos. Afunda-te em trabalho, segue teus planos e ignora dos meus.  Permite que eu parta. Solta a corda que me prende ao cais. Se nao posso ficar, deixa-me ir.  Atende meu conselho. É melhor para mim. 

Show do Benjor

E ela não foi a um show do Benjor comigo. Ela deveria ter ser permitido. Porque no show do Benjor, ela poderia ser tudo. Mulher, criança, menina, adolescente. Poderia ser a minha primeira namorada e a mulher da minha vida.  No show do Benjor ela dançaria de suar, sem ser censurada e cantaria desafinada que só, sem ser criticada. No show do Benjor, ela seria ela mesma. Plena e sem amarras.  Eu seria seu par. Seu escudeiro e seu protetor. Brincaríamos muito, trocaríamos carinhos e beijos divertidos e apaixonados. Seríamos simplesmente o casal mais alegre na praça da alegria.  Ela não foi ao show do Benjor comigo. "Que pena..." Que Benjor viva muito. Que ainda eu tenha a chance de levá-la ao show do Benjor.  Salve simpatia.

A recíproca é verdadeira.

O número da reciprocidade é 50%. Metade. Porque reciprocidade é sempre de dois.   Não se tem reciprocidade se um dos dois faz menos e outro faz mais. O que tem é preguiça de um associada a sobrecarga de outro. Reciprocidade, além de uma escolha, é uma consequência de um sentimento. Quase uma crença. É uma ferramenta de manutenção dos sentimentos. Se amamos e queremos ser amados, esperamos e exerc emos reciprocidade. Se queremos deixar de ser amados, ou não amamos mais, uma das primeiras coisas que deixamos de lado é a reciprocidade.  Paradoxalmente, quando não queremos mais nutrir um sentimento ou uma situação , pagamos a "falta de reciprocidade" com a "reciprocidade da falta".  Reciprocidade é um espelho. Você olha e se reconhece. É igualdade de condições e doações. Se você doa ou recebe em proporções desiguais, sinto informar que, neste caso, reciprocidade é apenas uma substantivo, polissílabo, paroxítono.  Reciprocidade é o ponto de partida,...

Quem passa e quem fica.

Existem pessoas que entram na nossa vida com uma finalidade específica. Ruim é achar que esta finalidade vai durar para sempre. Aí, tem a hora de assumir que é necessário algum tipo de separação. Tem gente que só aparece para lembrar que você está vivo. Fica por aquele período e se vai. Outros vêm, ficam por anos, criam laços de amizade e de amor, mas com as mudanças naturais da vida (ou revelações naturais da vida), elas não cabem mais no espaço que tínhamos disponível.  Isso se dá de muitas formas. É o filho que sai de casa para morar sozinho, é o profissional que muda de emprego, é o amor que se desgasta é um se vai. Isso que não quer dizer que viver com os pais seja insuportável, que o emprego seja uma tortura, nem que a relação à dois seja um desastre. Mas que o tempo, modelos e circunstâncias também podem se exaurir. Você vê que é mais saudável você ter seu canto com as suas regras, buscar um desafio profissional que lhe instigue ou que ,por mais bacana que seja o seu pa...

Conto da Decisão.

Ela sempre lembrava, quando as promessas que ele fez não eram cumpridas por com quem ela decidira ficar. Pensava se era tudo aquilo possível. O sonho de amor, o príncipe cheio de defeitos, mas que a encantara. Que a olhava sem julgamentos ou regras.  Sentia-se só, por vezes, mesmo cercada de pessoas e atenções. Tudo e nada no mesmo espaço. O novo com jeito de passado. Mais do mesmo. Mais um dia, mais uma noite solitária na cama habitada por dois. Onde estaria ele? O que estaria fazendo? Com que estaria? Ainda pensaria nela? Ela pensava, fechava os olhos e tentava trazê-lo para perto. A voz, o olhar, as flores mandadas sem razão, os pequenos presentes, tão precisos. O anel, o livro e as cartas guardadas à sete chaves. Teve vontade relê-las todas. Da mensagem mais despretensiosa até as declarações de amor e desejo. Ao mesmo tempo em que duvidava da possibilidade que ser sempre assim com ele ao seu lado, ela no fundo tinha a certeza que seria.  Era como se o sabor do beij...