Romance versus Casamento

O casamento romântico parece ter virado uma utopia abandonada. Ruim duas vezes. Por ser utopia e por se abandonada. 

O casamento (leia-se vida de dois que decidem seguir juntos) é uma tarefa difícil. Mas que pode ser muito melhor, se rolar romance e não troca de favores em que se transformou, em muitos casos. Ele dá papo e ela dá sexo. Ele põe dinheiro em casa e ela mantém as coisas em ordem. 

Isso é muito confuso e perigoso. As coisas mudaram e tem muita mulher ganhando mais que seus maridos e muito homem que quer ser ouvido e precisando de colo. 

Casamento tem princípios, não regras. E o romance deveria ser um princípio que servisse para amenizar as diferenças. Não se casa sem namorar, não se namora sem romance. Com exceção dos (e das, principalmente) masoquistas, namoro é um pudim de romance. São flores, bilhetes, viagens, presentinhos, carinhos expontâneos. Vem o casamento, a rotina, as contas, os filhos e o romance some. 

Eu pergunto: Quando a correria acabar (se é que acaba) e/ou os filhos não precisarem da tutela permanente, o que será daquele homem e daquela mulher ainda cheios potencial emocional e físico? Eles não exercitaram o romance, muitos perderam a liga, outros se olham como estranhos. 

Tenho visto gente racionalizar o casamento. É justo e maduro. Casar e se manter casado não é brincadeira. Mas cada vez menos se romantiza a vida de casado. A mulher virou "patroa", "dona encrenca". O homem reprime seus sentimentos e olha a mulher quase como uma governanta. Mulher precisa ser olhada, admirada, tocada, percebida. Principalmente as casadas. Afinal, ela escolheu viver ao lado de um homem só, suas outras opções (em tese) foram descartadas. 

Alguém vai dizer que nem sempre existem namoros românticos e que muitos relacionamentos são baseados na mera praticidade. Tudo bem. Outro pode pensar: "Fulano(a) nunca foi romântico(a)." Bem... Neste caso, eu digo que isso é assunto para aquela turma de masoquistas.

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