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Uma reflexão sobre ontem (o Dia dos Pais)

Uma reflexão sobre ontem: Vimos nas redes sociais, por ocasião do dia dos pais, uma série de fotos (antigas e novas), sempre acompanhadas de textos carinhosos, agradecido e até mesmo saudosos sobre nossos pais e avôs.  Isso é bonito, é belo e (espero) sincero.  Mas aí fica um ponto a se pensar. Somos, em grande parte, resultado de exemplos que tivemos de nossos pai e de nossas famílias. Pelo que li aqui, foram bons exemplos de amor, de respeito, trabalho, caráteres e amor ao próximo. Será que estamos não só seguindo estes exemplos, mas também replicando-os?  Não basta saber o que em tese é o certo e bom. É preciso praticar de forma efetiva, intensa e, em muitos casos, até cansativa. Já que nossos pais foram e são tão bons, o que estamos fazendo de fato para que esse tão modelo perdure? O que eu e você preservamos em nossos relacionamentos diários para que todas as coisas boas que nos foram ensinadas e doadas sejam perpetuadas? Se não agimos assim, eis...

Dia das...

Das mães das dores de parto Das mães das dores da partida Das mães da roupa e da comida Das mães que acertam  Das mães que tentando acertar erram  Das mães que sofrem Das mães que choram  Das mães que riem  Das mães que lutam  Das mães que cuidam De filhos que outras mães pariram  Das mães que amam  Os filhos que outras mães não amaram Das mãe que veem crescer  Das mães que veem filho do seu filho nascer Da mães que ensinam Das mães que aprendem Das mães que entendem Das mães que se arrependem Das mães que ainda conosco estão Das mães que se foram mas que nunca nos deixarão

Pai

Pai É quem faz Pai É quem cria Quem é o pai dessa criança? Segura que o filho é teu! Pai É quem doa, quem ensina. É chamado na escola Pra bronca ou elogio  Pai É quem conduz, quem dá exemplo Do menino o herói Da menina a referência Pai  Aconselha e a gente discorda Aconselha e a gente concorda Aconselha e a gente agradece Nunca mais esquece. Pai Do beijo e do abraço  Casa Pai É Deus no céu É pai na terra. 

Explicando Deus

Rotina de qualquer pai: responder a perguntas difíceis que os filhos fazem. Geralmente, encobertos por sua inocência, eles não têm a noção da profundidade dos questionamentos que nos apresentam. Hoje, a pequena me faz a seguinte indagação: "Papai, como Deus me ama seu eu não consigo vê-lo? Ele não me abraça como você faz, eu não sei se ele está aqui, ele não brinca comigo." Eu não podia demorar na resposta. Uma criança de cinco anos me colocando diante de um questionamento que grande parte da humanidade se faz. Mas, justamente por sua pouca idade, adiar a resposta seria um erro enorme. "Filha, o amor de Deus não aparece da mesma forma que o amor do papai", disse eu. Continuei. "Deus criou um monte de coisas para mostrar esse amor. O sol que nos ilumina e nos faz aproveitar a praia, a piscina e as voltas de bicicleta na Lagoa Rodrigo de Freitas. A chuva que faz as plantas crescerem e refresca a terra quanto está muito calor. O trabalho que nos permite ter roupa...

Cada Gideão com os seus Trezentos

Uma das passagens mais interessantes do Velho Testamento é a história de Gideão (também conhecido com Jerubaal). Ele viveu no período dos Juízes ― guardiões da Lei de Moisés, que zelavam para que o povo hebreu dela não se afastasse. Gideão foi um juiz, o quinto, seguindo o relato bíblico. O significado do nome Gideão é variado, pode ser “destruidor”, “lenhador” ou “guerreiro”. O Velho Testamento da Bíblia nos ajuda a entender a origem das tensões que existem entre árabes e judeus. A coisa é milenar e não vai acabar tão cedo (mas isso é outra história). O episódio que tornou Gideão não apenas um juiz, mas um “herói da fé”, foi a batalha ocorrida entre judeus e midianitas, nômades que viviam nos desertos da Síria e da Arábia. Os midianitas constantemente atacavam e pilhavam o povo hebreu. Em um destes ataques, os irmãos de Gideão foram assassinados. Gideão se rebela e se torna uma espécie de libertador de Israel. Ele recebe uma revelação e convoca um exército para ir a Midiã atacar seus...

Como se não houvesse amanhã. Uma mensagem para filhos e mães.

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É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã. Por que se você parar pra pensar, na verdade, não há. Trecho de “Pais e Filhos”, de Renato Russo Ficar sem mãe não é legal. Hoje a minha dúvida é se esta ausência é pior quando somos muito pequenos, adolescentes, jovens ou mais velhos. O mais provável é que, em cada fase, a dor se revela de forma diferente. Quando minha mãe morreu, eu tinha 26 anos e minha irmã vinte e três. Ambos na faculdade, realizando coisas, naquela fase da vida em que tudo acontece rápido e que as novidades são paradoxalmente rotineiras. Ela, mesmo sendo mãe pela primeira vez aos 34 anos (num tempo em que a regra era ser mais antes dos trinta invariavelmente), era de uma vitalidade impressionante. Foi retirada de cena de forma repentina, surpreendendo platéia e até atores com ela contracenavam. Lembro da última brincadeira, da última réplica a uma gracinha feita por mim, do último agarrão (Sai daqui, garoto!). Ela era o nosso ponto de equilíbrio. Era mãe. A m...

A Filha Que Eu Quero Ter

É comum a gente sonhar, eu sei Quando vem o entardecer Pois eu também dei de sonhar Um sonho lindo de morrer Vejo um berço e nele eu me debruçar Com o pranto a me correr E assim, chorando, acalentar A filha que eu quero ter Dorme, minha pequenininha Dorme que a noite já vem Teu pai está muito sozinho De tanto amor que ele tem De repente o vejo se transformar Numa menina igual a mim Que vem correndo me beijar Quando eu chegar lá de onde vim Uma menina sempre a me perguntar Um porquê que não tem fim Uma filha a quem só queira bem E a quem só diga que sim Dorme, menina levada Dorme que a vida já vem Teu pai está muito cansado De tanta dor que ele tem Quando a vida enfim me quiser levar Pelo tanto que me deu Sentir-lhe a barba me roçar No derradeiro beijo seu E ao sentir também sua mão vedar Meu olhar dos olhos seus Ouvir-lhe a voz a me embalar Num acalanto de adeus Dorme, meu pai, sem cuidado Dorme que ao entardecer Tua filha sonha acordado Com o filho que ela quer ter Os versos acima são...

Minha Mãe

Decidi quebrar um tabu. Vou falar de sentimentos particulares... E daí? A maioria dos que perseguem esse blog (ou são perseguidos por ele) não sabe que minha mãe morreu há aproximadamente dez anos. Foi de repente, rápido e cruel. O que seria um problema de simples resolução se tornou numa das maiores perdas de minha vida. Falar da dona Eunice em público nunca foi uma tarefa fácil. Sua personalidade fortíssima coabitava com um amor visceral pelos filhos. Ela era daquelas mães da comida quente e deliciosa, da roupa impecável, da casa organizada, da gargalhada alta, das chantagens emocionais, dos rompantes de raiva. Neta de ex-escravos por parte de pai e de colonos italianos por parte de mãe, contava com romantismo a saga de seus pais para se casarem numa época em que o Brasil não fazia questão alguma de disfarçar seus preconceitos. Minha mãe era uma figura de contrastes. Tinha a uma habilidade manual sem comparações e, ao mesmo tempo, tinha a letra feia. Era a primeira a nos colocar em p...