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Mostrando postagens de janeiro, 2010

"Papai, xixi!"

Pai de menina sofre. Essa não é uma afirmação machista. Mãe de menino sobre também. O motivo é simples: não existem muitos dos chamados banheiros familiares espalhados pela cidade. A gente o encontra nos shoppings mais movimentados, mas não nas grandes lojas e hipermercados. Dias desse, estava no Extra da Tijuca com a minha pequena. Tudo ia bem, até eu ouvir a seguinte frase: “Papai, xixi!”. Quem está acostumado com criança pequena sabe que isso não é uma frase simples, é quase um alarme. Carrinho cheio, na fila do caixa. Olhei para um canto esquecido e estacionei o bólido. Fui atrás de um banheiro e tinha três alternativas: masculino, feminino e de deficientes. A terceira me pareceu menos traumática. Mas essa experiência me fez lembrar o sofrimento que alguns pais têm que se submeter para poder ajudar seus filhos pequenos no momento do aperto. Outro exemplo bizarro é o Mc Donald’s. A cadeia de lanchonetes atrai as crianças com suas bugigangas e as entope com seus lanches felizes, tem

Haiti? Quem?

O terremoto no Haiti destruiu não só o país, mas também revelou o não construído. Em situações limite, é possível observar o nível de estruturação das instituições de uma nação. No caso haitiano, ficou comprovado que não há estrutura. Parece que nem os haitianos gostam do Haiti. Numa catástrofe dessas, um país deve ter o mínimo para prestar os primeiros socorros aos seus habitantes. É assim no Brasil, por exemplo. Temos organismos de defesa civil, contingente preparado para situações de salvamento, conhecimento tecnológico razoável e dinheiro para iniciar qualquer movimento de amparo aos cidadãos vitimados e recuperação dos locais atingidos. Já o Haiti provou ser um bando de gente (quase uma manada) cercado por fronteiras legais. Se era dependente da ajuda de outros países, agora precisa se tornar um país de fato. Pela história que tem, o Haiti é uma espécie bandeirinha de movimentos negros e de esquerda. Conversa. O Haiti é um inconveniente que não tem ideologia. Ou melhor, um inconve

Geografia Bolivariana

"O sismo do Haiti foi um claro resultado de um teste da Marinha americana com uma de suas armas de (provocar) terremoto" Esta pérola é de Hugo Chavez, que mostrou mais uma vez ser um imbecil em altíssimo grau. Uma máquina de provocar terremotos... Uma idiotice sem tamanho. Pensa bem, Chapolim: Se os americanos têm uma máquina de fazer terremotos, por que não criaram uma para parar com os terremotos na Califórnia? Ou Chavez fugiu das aulas de Geografia, ou teve aulas com o mesmo professor que postulou a Teoria da Terra Cúbica propagada por Lula. Ninguém merece...

O Haiti não é aqui.

Hoje (para mim ainda é quinta-feira), vi na primeira página do jornal Extra uma das fotografias que mais me chocaram em toda a vida. Um homem chorava e carregava o cadáver de sua pequena filha, cuja vida foi ceifada no terremoto que aconteceu no Haiti. Talvez aquela imagem nunca mais saia da minha lembrança. Por sua agressividade e por toda a dor contida nela. Um pai impotente diante de uma tragédia sem proporções. O Haiti foi o primeiro país das Américas a se tornar independente. Um processo sangrento e sanguinário. Já que, diferentemente dos outros casos de independência na Pan-América, quem liderou o processo foram os escravos africanos, revoltados e sedentos de vingança de tantos anos de maus tratos. Um país marcado pela pobreza, pela corrupção de seus líderes e pelas catástrofes naturais. Tudo para dar errado. E deu. Um haitiano médio vive com menos de um dólar por dia, depende de ajuda humanitária de outros países e morre cedo por não ter acesso aos avanços da medicina e do sanea

A Filha Que Eu Quero Ter

É comum a gente sonhar, eu sei Quando vem o entardecer Pois eu também dei de sonhar Um sonho lindo de morrer Vejo um berço e nele eu me debruçar Com o pranto a me correr E assim, chorando, acalentar A filha que eu quero ter Dorme, minha pequenininha Dorme que a noite já vem Teu pai está muito sozinho De tanto amor que ele tem De repente o vejo se transformar Numa menina igual a mim Que vem correndo me beijar Quando eu chegar lá de onde vim Uma menina sempre a me perguntar Um porquê que não tem fim Uma filha a quem só queira bem E a quem só diga que sim Dorme, menina levada Dorme que a vida já vem Teu pai está muito cansado De tanta dor que ele tem Quando a vida enfim me quiser levar Pelo tanto que me deu Sentir-lhe a barba me roçar No derradeiro beijo seu E ao sentir também sua mão vedar Meu olhar dos olhos seus Ouvir-lhe a voz a me embalar Num acalanto de adeus Dorme, meu pai, sem cuidado Dorme que ao entardecer Tua filha sonha acordado Com o filho que ela quer ter Os versos acima são