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Mostrando postagens de outubro, 2012

Reforma e Demolição

Neste dia 31 de outubro, comemora-se os 495 da Reforma Protestante.  O problema é que, desta reforma, fez um puxadinho neo-pentecostal. Depois outro, e mais outro...  Enfeiaram a casa. Já passou da hora de uma demolição. "Raça de víboras."

Namorada

Venha ter O meu carinho Minha devoção Não serei mais sozinho Venha ver Meu sorriso   Meu empenho Para você é o que tenho Venha viver A solidária caminhada Nunca mais desacompanhada   Ser feliz pode custar quase nada Venha ser Só minha Minha namorada

Transgressão, seja bem-vinda.

Transgressão. Uma palavra a qual os dicionários e as mentes não costumam tratar bem. Transgredir está associado à fazer o que não é “certo”, à quebra de regras, à algo negativo. Uma transgressão pode significar uma ofensa, uma infração ou até mesmo um crime. Transgressão não é coisa que se deve fazer. Transgredir pode não ser “legal” — literal, social e moralmente. Mas a coisa não é bem assim... A transgressão estará sempre condicionada a uma situação presente, a uma causa. Quem transgride é ou está insatisfeito, sente-se muitas vezes impedido de ter (ou experimentar) algo mais ou de algo diferente apenas. A transgressão tem o olhar no futuro. O autor da transgressão vislumbra o outro lado da fronteira dos costumes, liturgias e convenções. Fisicamente, a transgressão é a força que atua contra a inércia. Se a inércia for o repouso, a transgressão é o movimento. Se a inércia for movimento, a transgressão é aceleração, desaceleração e repouso. É mudar o jogo, é virar o placar. D

Preguiça.

Desejamos. Sempre estamos buscando algo, seja conforto, dinheiro, poder, cura para as doenças do corpo e da alma, sossego, superação, paz, poder, satisfação, amor, reconhecimento, felicidade. Buscamos incessantemente. Incansavelmente. Parece que nossa existência se resume a isso. Na verdade, somos reflexo do que procuramos, do que não encontramos e até do que perdemos. Afinal, o que queremos de verdade? Será que não estamos sendo engolidos por buscarmos coisas impossíveis? Quando digo “impossível”, não me refiro se perseguimos algo inalcançável, mas ao fato de muitas vezes estarmos completamente ocupados em ter algo que não é o que realmente nos satisfará. Pior, podemos ter abandonado a busca no meio do caminho. O famoso “não tem tu, vai tu mesmo”. Um dia desses, uma grande amiga, em sua definição para a preguiça, disse: ”Preguiça é a pessoa se contentar em ser menos do que ela realmente pode ser.” Eu extrapolaria e diria que preguiça é a pessoa se contentar em ser, sentir, v

Perfume e Alma

Eu percebo O cheiro vem me anunciar Eu sinto  O perfume que invade meu ar É alma, e vida que seguida de movimento. As formas se definem e o que era idéia vira momento E mesmo que dure só um instante, durou Mesmo que não seja para sempre, ficou As tardes de primavera testemunharam e as nuvens ocres refrescaram  A paz, a guerra, o beijo e o abraço brevemente eterno  Alma, ela esteve aqui Na minha alma, habitou Ainda está, perfume Ainda desejo, sabor Ainda sinto, calma Ainda guardo, amor

Perdendo a Partida.

Eduardo Paes, prefeito reeleito do Rio de Janeiro, talvez usando de seu cacife político, soltou o verbo: Ou o Brasil se apercebe de que esses eventos são uma chance fantástica de catalisar, juntar esforços, de se erguer de forma distinta, ou a gente vai ter perdido a oportunidade de aproveitar esse calendário especial que nós temos. Vou ser mais politicamente incorreto aqui, eu ousaria dizer que, no caso da Copa do Mundo, o Brasil de certa forma já perdeu essa oportunidade. A fala tem seu valor. Paes se referiu às nossas flagrantes deficiências em planejar e executar projetos em tempo hábil. Estamos às vésperas de uma Copa do Mundo, nossas obras estão atrasadas. Os custos estão inacreditavelmente altos. A infra-estrutura ruim como sempre. Os serviços são de irritar qualquer franciscano. Nossa crença de que faremos um evento exemplar estão se esvaindo. Ao contrário do que pode parecer, não é culpa do nosso complexo de vira-lata. Talvez seja culpa no nosso “nariz em pé”. O Br

Buzão

Eu quero descer Dá não! Você diz, eu acredito Eu sinto, não minto Pode crer Faz isso não! Esse jogo não quero Por isso não espero Vou sair Sou mais eu Não seu Joguete, brinquedo Conta outra Nem vem Não tem Piloto, Vou descer. Partiu!

Meu Querido Elefante

Torcedor é um bicho teimoso. Eu sou torcedor, sou teimoso. Pior, duplamente teimoso: nesta semana fui a um jogo do Flamengo (Jesus, o que é Magal?!) e no Engenhão. Às vezes, eu esquecia que estava no jogo e ficava me perguntando até que ponto vai a falta de praticidade crônica das nossas instalações.   Por ocasião do Jogos Pan-Americanos de 2007, nasceu o Engenhão. Para quem não conhece bem a região, ele fica no Engenho de Dentro, bairro da zona norte carioca, caracterizado por residências de gabarito baixo (um, dois e três andares), muitas construídas no início do século XX (daquelas que têm a data de construção na fachada). As ruas são estreitas, típicas desta região da cidade. Tem uma estação de trem e fica relativamente perto de dois shopping-centers. O terreno onde foi construído o estádio pertencia à Rede Ferroviária Federal, era uma antiga oficina de vagões e locomotivas (uma das ruas que ladeiam o estádio se chama Rua das Oficinas), que virou uma espécie de cemitério de c

A Queda é a Virtude.

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Diogo Mainardi é pai. Eu também sou. Diogo Mainardi é cinicamente inconformado. De algum modo, também sou. Diogo Mainardi é extremamente culto. Do meu jeito, tento ser culto, mas não chego a um centésimo do conhecimento que ele tem. Diogo Mainardi escreveu romances e crônicas. Eu mal mantenho um blog aborrecido. Diogo Mainardi entende de quedas. Eu achava que entendia. Ontem (terça-feira, 02 de outubro de 2012), às 19h, comecei ler A Queda , o mais recente livro de Diogo Mainardi. Hoje (quarta-feira, 03 de outubro), às 9h 15min, eu li o último dos 424 passos narrados por ele sobre a sua experiência de ser pai de um menino com paralisia cerebral. Em muitos momentos eu me perguntava: E se fosse comigo? Em muitos momentos eu me emocionei. Em alguns, não contive as lágrimas. Diogo Mainardi sempre me fez rir. Diogo Mainardi agora me fez chorar. Seu filho Tito foi acometido da paralisia cerebral  por conta de um erro médico. Tito, filho de Diogo, nasceu num final de semana. Minha

Ursinho Malvado.

O deputado federal Protógenes Queiroz (PC do B-SP), na semana passada teve um ataque de pelanca e quis tirar o filme "Ted" de circulação. Na história, Ted é um urso de pelúcia que representa aquele sujeito que não amadureceu e coloca seu "dono" em enrascadas. É uma alegoria, nada mais.Se personagem fosse representado por um sujeito de carne e osso, talvez o Protógenes não ficasse não contrariado. Segundo o araponga mais famoso do Brasil, a película faz apologia ao uso de drogas. Duas coisas sobre o episódio sucupiresco do deputado tentando impedir a exibição do filme: 1) Protógenes mostra que não liga muito para regras e avisos. A classificação etária do filme é 16 anos. Ele levou o filho de 11 anos para assistir o filme. A Matemática diz que 15 - 11 = 5. Logo, faltariam 5 anos para o rebento do deputado-araponga assistir o filme de acordo com a recomendação oficial.   2) O abuso de poder dos representantes dos organismos oficiais ainda é uma constante