Todos os Junhos do Ano
Junho. Mês das festas juninas, mês do meu aniversário e mês
dos namorados. Ou melhor, por causa do dia 12, os namorados entram na pauta e
na agenda comercial. Datas assim sempre servem para as manifestações sobre o
tema. Sempre alguém falará que o dia dos namorados é mais uma desculpa para o
consumo exacerbado, lucro para os restaurantes e filas nos motéis, que dia nos
namorados é todo dia. Tem também os que fogem da data, por – mais uma vez
- estarem sem um par para passar a data.
Há quem se divirta e curta à beça o dia.
Porém, raramente refletimos sobre o tipo de namoro que
queremos ter. Há muita gente reclamando que não arruma namorado. As mulheres
atribuem à falta de homem que preste. Os homens, bem... Muitos me deixam
envergonhado pelo seu comportamento infantil. Outros estão completamente
perdidos com a mulher contemporânea que não precisa dele, mas que gostariam sim
da companhia de alguém que entendesse a mulher de forma mais ampla e profunda.
Não é fácil viver e conviver no mundo de hoje. (Mas será que um dia foi?).
Diante de tanto lamento e desencontro, eu questiono o que queremos realmente de
um namoro?
Não é uma pergunta retórica, muito menos com uma resposta
fácil. Contudo, dá pra gente começar a colocar alguns parâmetros como ponto de
partida. Claro que nesta minha análise não há espaço para visões preconceituosas.
Até porque decidir namorar alguém é resultado de um mínimo conhecimento sobre
esse alguém - e mesmo assim, ninguém
está livre de surpresas.
Muitos namoros não funcionam simplesmente porque as pessoas
funcionam muito bem sozinhas, cada uma na sua, ou na ideia do namoro. Isso
mesmo, uma coisa é o namoro de fato e outra é a ideia de um namoro. A ideia tende
a ser melhor que a execução, por uma simples questão de viabilidade. Cada parte
é ótima sozinha. Aquela mulher ou homem bacana, bonita ou bonito, inteligente,
que tem química e todas as outras que na “ideia” são ótimas. Mas é no detalhe
que a coisa pega. Nas diferenças que num primeiro momento são bobas e com o
decorrer do tempo se amplificam é que estão muitas causas para relacionamentos
fracassados.
A felicidade, assim como o amor, tem uma parcela considerável
de racionalidade. E essa parcela pode fazer toda a diferença. O entendimento
deve andar de mãos dadas com o sentimento, não pode sobrepô-lo, mas deve fazer
parte de nossas decisões no campo amoroso. Eu já me decepcionei muito por não
ter feito isso. Devo ter decepcionado muito também. É do jogo das relações
humanas. Só que a gente pode atenuar isso. E fazer e ano inteiro ser junho.
Quem não sabe o que procura, quando encontra, não reconhece, já disse a máxima.
- Alexon Fernandes (Blog Zero à Direita)
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