O plano de Obama para os ricos e doentes

O americano clássico é patriota, conservador, protestante, tem arma em casa, come mal e tem problemas cardíacos. Ele é bem diferente do americano “tipo exportação” que estamos acostumados a ver nas séries de TV e nos filme de Hollywood. As mulheres não costumam parecer como a personagem da magrinha Sarah Jessica Parker e suas amigas, no seriado Sex And The City. Os homens não tem aquele glamour do George Clooney, em qualquer personagem que ele interprete. São pouco informados sobre o mundo fora dos Estados Unidos e os negros de lá se acham melhores que os negros de outras partes do planeta. A eleição de Barack Obama, às vezes, parece mais uma opção contra a mesmice da política americana do que quebra de preconceitos ou entendimento que era a hora de uma real mudança no american way of live.

E Obama já começa a amargar o final do gosto da bala Juquinha. Além da queda de seu índice de popularidade, enfrenta a oposição ao seu plano para criar um serviço de saúde pública. Acreditem, nos EUA o sistema de saúde é o pior entre os países ricos. O sistema inglês de saúde é um dos melhores do mundo, e é público. Os americanos ficam mais doentes e morrem mais do que os europeus ocidentais e os japoneses. Uma internação custa uma fortuna para pobres e ricos. Quando o assunto é dinheiro, os que tem seguro saúde são tratados nos hospitais americanos do mesmo jeito que as mulheres costumam ser tratadas nas oficinas brasileiras. É cobrado o que deve e o que não deve, estende-se a internação ao máximo de tempo possível.

Com o projeto de Obama, mais de 40 milhões de pessoas seriam beneficiadas. Sinceramente, não acredito que nesse contingente não estejam somente os negros, latinos e imigrantes de outras partes do mundo. Provavelmente, estão também os americanos do primeiro parágrafo, os red necks do meio-oeste e os pobres dos grandes centros urbanos. Mas essa turma é justamente quem tem menos informação do que realmente acontece. São convencidos pelo lobby de quem se sente prejudicado com tal medida e não vêem o menor problema de chamar o presidente de comunista.

Os governos americanos começam a pagar o preço de ter fomentado a satisfação contínua com a gastança e o conforto exagerados e o isolamento de seu povo. Os Estados Unidos tem suas portas abertas para o mundo. Por elas, muitas pessoas entram vindas de todas as partes do mundo. Mas delas os americanos não saem para ver que podem existir soluções mais inteligentes que as suas.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Maio e Miles (Capítulo 4): Kind of Blue

Acredita

Uma Semana