Problemas com a vizinhança

Como se não bastasse a horda de problemas que temos dentro do Brasil, temos que lidar com nossos péssimos vizinhos. Qualquer dor de barriga que a turma sente, a culpa é do Brasil. Quando não nos põem os responsáveis ― se é que já o fomos ―, querem que paguemos o pato. Desembarcou hoje em terras brasilianas o presidente do Paraguai, Fernando Lugo . A plataforma eleitoral de Lugo, assim como seu celibato, foi fundamentada numa fraude. Seu discurso principal era mudar as regras que regem o tratado feito entre Brasil e Paraguai (Tratado de Itaipu – 1973), por ocasião da construção da usina de Itaipu. O padreco chegou aqui para dar um aperto no cumpanhero Lula.

Segundo os paraguaios, somos exploradores dos recursos hidrelétricos deles, verdadeiros imperialistas. Só para lembrar, o Paraguai consome 5% da energia produzida em Itaipu. Pelo tratado, este país se obriga a vender todo o excedente de energia para o Brasil. As duas nações são sócias da usina, mas o Brasil pagou a sua parte e financiou a do Paraguai. Alem disso, pagamos anualmente aos chicos US$ 1,5 bilhões, referentes à compra do tal excedente. Isso equivale a 19% do PIB paraguaio. Ou seja, o melhor negócio feito em toda a história do país das coisas “baratinhas”. Para se ter uma idéia da ordem de grandeza da diferença de demanda de energia entre os dois países, o Paraguai consome 5% da energia produzida em Itaipu, isso equivale a 95% da sua necessidade anual. Já o Brasil consume os 95% restantes, que são proporcionais a 20% da energia que consumimos.

Um traço comum de países pobres, com dirigentes oportunistas, é colocar nos outros a culpa por suas mazelas, mesmo que isso não corresponda à verdade. Fica mais fácil manter o show de horrores. O Hugo Chavez vive dizendo que os EUA são a sucursal do inferno e vende a maior parte de seu petróleo para lá. O que acontece com o Brasil e os países da America do Sul é parecido com aquele caso do sujeito que sofre com os maus hábitos dos vizinhos. Só que com o agravante de não poder mudar de vizinhança. Nem de vizinhos.

Lugo, padre que gusta de hacer niños, no nos obligue a adoptar todos los paraguayos. Lula, yo que tu regalaba a Lugo solamente con una tarjeta del bolsa-familia.

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