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Mostrando postagens de 2012

2013

Que em 2013 sejamos mais verdadeiros e honestos conosco mesmos. Que não caiamos na armadilha da auto-sabotagem e percebamos a diferença entre doação e exploração. Que saibamos diferenciar ovelhas de lobos.   Que nossos relacionamentos sejam vias de mãos-dupla, onde o sentido contrário seja contrário só no nome. Que nossas amizades sejam cada vez mais firmes e saudáveis.   Que nossos corpos sejam sãos e nossas mentes produtivas e criativas. Que respeitemos o próximo como gostaríamos de ser respeitados e que entendamos que do outro lado há alguém com sentimentos, sonhos e desejos. Que possamos usar nosso potencial para fazer coisas grandes e boas.  Que amemos, como nunca antes, seja alguém novo, seja através de um reencontro ou mesmo liberando quem nos impede de ter o amor que nos é merecido.  Que não permitamos que nos diminuam, nos interrompam ou nos inibam de sermos o que podemos se  por essência. Que não aceitemos que, com a desculpa de quererem o nosso melhor, moldem-n

Abraço

Haverá um momento Em que vou te dar um abraço Que não será  Apenas envolvimento de braços  Tu entenderás A prova de amor A ternura e o calor Dele fruirão por ti meus sentimentos Cada um, um a um Abraço incomum Cheio de ternura e loucura.  Como que terminasse a longa procura Depois de tantos ais Será um abraço de paz Um dia, uma hora... Um abraço em ti Nada mais

Coincidência

Coincidência  s.f. Ação ou efeito de coincidir; Realização simultânea de dois ou mais acontecimentos, simultaneidade; Algo disposto de maneira igualitária ou idêntica; Realização de alguns eventos que acontecem à sorte ou em simultâneo, mas que aparentam ter algo em comum; Afluência de algo para um fim comum.  Geometria. Estado de duas figuras geométricas que se sobrepõem. Figurado. Concurso de circunstâncias: uma feliz coincidência. (Etm. coincidir + ência) Coisa que me intriga e me encanta é a coincidência. Ela é maior que eu ou você. Não depende de nós para nada. Está acima das circunstâncias, das certezas, dos ritos e dos planos. Pelo contrário, muitos planos contam com a coincidência para serem bem sucedidos.  A coincidência une o que era separado, é provedora de encontros, conectara de pessoas. A coincidência é musical, ela cria harmonias para melodias. Combina sons. Da coincidência não se foge. Uma hora ou outra, ela fala mais alto e age sem deixar dúvidas.

O Sentido do Natal.

Shoppings lotados, gente por todas a direções, com suas sacolas e pacotes. Natal virou gasto e consumo. Sem ser hipócrita, claro que gosto de ganhar presentes, claro que adoro ver o brilho no olhar da minha pequena na hora de "rasgar o papel". Mas me incomoda a - cada vez maior - compulsão para se gastar no Natal. Em outubro, o comércio nos faz acreditar que o Natal é no dia seguinte. Tudo é orque strado para um momento se transformar em sentido e o real sentido da data se transformar em apenas um momento. O Natal é Deus entre nós. É o Emanuel, o filho de Deus baixando à terra para nos conceder vida e nos ensinar sobre o amor. Natal é a lembrança do cordeiro de Deus imolado para a expiação de nossos pecados. Pecados? Sim, as falhas de nossa condição humana. Condição essa, limitada, que Deus, através de Cristo, assumiu para que sua mensagem fosse entendida de forma clara, real e cotidiana. Natal para mim continua sendo isso. Sim, eu vou lá e compro presentes. Sim, eu

A Manjedoura

Lugar simples Lugar único... disponível  Outro não era possível Entre bichos e feno Talvez quieto e sereno Nasceu o nazareno  Menino Deus e terreno Deixou seu glorioso lar Para ao mundo o amor do Pai revelar A paz espalhar e na humilhante cruz se deixar imolar Cordeiro de Deus,  Nossos pecados tirai Aproximai-nos do Pai Cujo filho unigênito nos à terra desceu A manjedoura é o começo O verbo em carne transformado Eu, tanto amor, sei que não mereço Mas a pela Graça fui alcançado

Teu Pescoço

Tem dias que penso somente  No teu pescoço Dias inteiros No pescoço inteiro Pequeno pilar cilíndrico  Lugar de artérias, veias  Finíssimos e músculos pelos Nervos e sensações Teu pescoço e o seu cheiro Misturado ao perfume que borrifas  O gosto do teu pescoço  Temperatura No teu pescoço começa teu rosto Teus ângulos maxilares No teu pescoço termina tua nuca Que suavemente acaricias quando te cansas Teu pescoço antecede o corpo que me tira o sono Teu pescoço é lindo! Teu pescoço só poderia ser lindo... És linda! Dá-se a lógica Lógico, prefeito... Teu pescoço

Idéias e Pessoas.

Muitas vezes, ficamos apaixonados por uma ideia. Deve ser o que chamam de idealização. Aí, vamos atrás de alguém que se encaixe na ideia. Quase um cargo, uma função cheia de tarefas. Selecionamos nossos pares e conviventes dentro de perfis definidos. Tem gente que determina até o biotipo. Tudo para que a ideia se materialize e a vida seja um projeto perfeito. Haja Freud! Somos capazes de passar muito tempo desse jeito, confundido ideias com pessoas. Uma vida inteira até.   Só que ideias não são pessoas. Por melhores que ambas sejam. É uma questão de adequação, momento, temperamento e até de química. Quando nos damos conta disso (quando damos, se é que damos), parece que uma confusão se instala nas nossas cabeças. É o parceiro ou parceira, que na verdade são sócios de uma espécie empreendimento doméstico. São filhos que se tornam reféns das idealizações de seus pais. Amigos que se decepcionam. O medo e a chance de haver decepção são grandes.  As idéias são só idéias. Boas ou

Oscar Niemeyer - A obra que se deixa.

A morte sempre nos alcançará em nossa condição humana e finita. Alguns têm a sorte de viver muito e aproveita esta dádiva para deixar um legado maior que seu tempo na terra. Oscar Niemeyer é um exemplo disso. Morreu aos 104 anos, uma bela marca. Viveu intensamente, projetou e construiu. Revolucionou. Concedeu-nos um orgulho de sermos tão brasileiros quanto ele. Niemeyer não será apenas história nos livros de Arquitetura ou de História do Brasil. Será também as avenidas e prédios de Brasilia e Belo Horizonte, o Arco da Apoteose, o Museu de Arte Contemporânea e um "Caminho" em Niterói, dentre tantas outras coisas.  O mestre da Arquitetura nos ensinou uma grande lição: A longevidade é solitária. Vive-se muito, vê-se muito, o que se quer e o que não se quer ver. Contudo, a posteridade pode ser partilhada. Portanto, o que fazemos deve ser bom o suficiente para durar mais do que nosso período na terra. A vida tem que valer a pena. Descanse em paz, Oscar Niemeyer. Obrigado

Físico e Metafísico

Sobre alguns relacionamentos amorosos, penso que estão no campo da Metafísica. Há um comodismo quase etéreo. Como naquele retrato do casal patriarcal, pendurado nas paredes das casas do interior. Mortos-vivos dormindo na mesma cama, comendo à mesma mesa, sentados no mesmo sofá. Jovens ainda, muitas vezes... Longe de mim um amor metafísico. Antes, quero um amor bem físico. Quero a Física e todas as suas disciplinas: mecânica, cinética, termodinâmica, óptica, ondas, fluidos, etc. A experiência de um amor metafísico é correr o altíssimo risco de viver um pseudo amor.

Rest in Peace - Dave Brubeck (1920-2012)

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Morre hoje um dos maiores nomes da história do Jazz, Dave Brubeck. O pianista ficou famoso por ser o primeiro músico do gênero a vender mais de 1.000.000 de cópias de um álbum, "Time Out" (1959). O tema mais conhecido deste álbum é "Take Five", um 5/4, composto em parceria com o saxofonista Paul Desmond. Brubeck se destacou pelo uso de polirritmia, intercalando compassos em 9/8, 5/4 e o tradicional 4/4. Seus temos são regravados até hoje por músico das novas gerações do jazz.   RIP, Mr. Brubeck.

Avatar

Um dos maiores sucessos de bilheteria do cinema, Avatar (2009, James Cameron, Lightstorm Entertainment , 20th Century Fox), tem um mote simples: um ex-fuzileiro naval, que impedido de todos os seus movimentos por ser paraplégico, é conectado por vias neurais a um Avatar mais forte, mais rápido e (bem) mais alto que ele. Avatar é o nome da foto que temos nas redes sociais, é a identidade que assumimos. E qual identidade é essa? Responder esta pergunta não é simples. Um dia desses, alguém muito próximo me disse que iria deixar o Facebook, pois na rede social todos eram felizes demais, perfeitos demais, bem sucedidos demais. “Ninguém tem problemas, todo mundo é legal no Facebook”, sentenciou. De fato, é muito raro um caso em que alguém diga que está triste ou que está passando por algum problema, e que insista na questão. Há alguns que quando o fazem, estão atrás de algum tipo de reação de carinho e atenção de seus interlocutores virtuais. Mas é tudo no campo da exceção. Nas rede

Parar

Parar o tempo. Naquele instante em que seus olhos se fixaram nos meus Depois se fecharam Como se esperassem Inevitável Quando os lábios se encontraram Como se os meus nascessem para ser seus Incomparável Parar o mundo Travar a rotação do planeta no preciso segundo Do seu abraço Nada mais Suas mãos minhas costas povoando Meus braços seu corpo circundando Quando veio a paz Parar e não deixar Nada mais mudar Nem você escapar Façam parar O tempo, o mundo, tudo Na exata hora Do olhar, do beijo, do abraço Naquele agora Parar você Aqui.

De longe

Às vezes gosto de te observar de longe. Teus gestos livres do medo da vigilância. Teus movimentos distraídos e suaves. Tu nem sabes que te vejo e que contemplo cada centímetro da tua arquitetura.   De longe, rio do teu riso. De teus olhos que se apertam niponicamente a cada gargalhar. Teus olhos... Ah, teus dois castanhos olhos. De longe são tímidas lanternas adornando teu rosto bem traçado. De longe não te escuto, mas tenho a impressão de te ouvir e entender. Até de longe sinto o teu perfume. Lembro de ti, de longe... Sonho contigo, de perto. 

Minuta

Eu prometo ser teu chão Se tu fores o meu céu  Eu te dou a segurança do pouso Tu me dás a liberdade do vôo Eu prometo ser tua casa Se tu fores meu caminho Eu percorro tuas curvas Para tu morares em mim Eu prometo ser teu livro Se tu fores minha palavra Eu precisarei te proferir Para que tu me leias Eu prometo ser simplesmente ser teu Se tu fores simplesmente minha Nada mais.

Paraíso

Existem muitas definições de paraíso. As religiosas, as de consumo, as políticas. Cada um tem a sua. Se me perguntassem o que é paraíso, eu diria que é a alegria da minha filha, o abraço e o beijo de meu pai e a brincadeira de infância com a minha irmã. É o encontro com o amigo querido e com ele a conversa sem pressa. É a endorfina depois da distância corrida. É ver o brilho nos olhos da amada. É voar a passos firmes, é não ser escravo das expectativas alheias e ser senhor da minha história. Paraíso é saber que Deus me conhece desde o ventre da minha mãe e que, por isso mesmo, ele me ama do jeito que sou. É crescer, amadurecer e não amargar. É ter o sorriso fácil, mas saber que somente os tolos riem de tudo. Paraíso e viver cada dia como se ele fosse especial. É olhar e pensar para frente, é saber voltar. Paraíso é jogar para ganhar, empatar pode ser um inferno silencioso. Paraíso é saber dizer “sim” para si mesmo, sem medo dos “nãos” que os outros nos dizem. 

Dia da Consciência Negra - Um abraço para quem é de abraço.

Neste dia da Consciência Negra, eu mando um sincero abraço para você que é negro e médico, mas sempre tem alguém achando que é você é o maqueiro. Para você que é negro e executivo, compra aquele terno bonito, mas sempre tem alguém achando que você é o segurança. Para você que é negro que, com o resultado do seu trabalho, compra um carro de luxo e é parado pela polícia para dar explicações. Para vo cê que entra numa loja cara e o(a) vendedor(a) lhe trata como se você jamais compraria algo naquele estabelecimento. Para você que é olhado com se fosse um E.T. ao entrar num restaurante de luxo. Para você que tem cabelo enrolado e dizem que sua beleza é "exótica". Para você que terminou um relacionamento amoroso, pois a pressão da família do(a) seu(sua) parceira era tanta, que a situação se tornou insustentável. Para você que se preparou e estudou bastante, para nos processos seletivos de vida ouvir que a empresa está buscando um outro "perfil" e ao mesmo tempo se perg

Deus seja louvado.

O MPF (Ministério Público Federal) pede a exclusão da frase “Deus seja louvado” nas notas de real. A frase foi introduzida nas notas de cruzado, no governo Sarney, quando foi lançada uma nota com a esfinge de Machado de Assis ― o autor usava expressões como esta em passagens irônica de seus personagens, diga-se. Poderíamos analisar filosoficamente sobre o “Deus” da nota. A qual deus se faz referência? Para muitos, o dinheiro é um deus. Para outros, Deus não existe. Nem Deus, nem outro deus algum. Então, para os ateus, a frase tem efeito nulo.  Porém, o mais curioso para mim é o MPF se debruçar sobre assunto tão... pequeno. Isso! Pequeno, rasteiro, dissonante com a grandeza que se espera de uma instituição como esta. A alegação do MPF é que, como estado laico, o Brasil não pode fazer referência a Deus. Eu pergunto: Existe algum caso de um ateu, ou crente em outra entidade, que tenha rejeitado uma nota de real por conta dos dizeres “Deus seja louvado”? Alguém que lê este texto já e

Pedido

Pedir eu ouso Um certo repouso  Descanso Bater o coração manso Sou da luz Chega de sombra Que com seu capuz De mim zomba Quero uma boa salsa No ritmo e no sabor Música e calor Viajar  Os solos do mundo pisar Voltar com histórias pra contar Sol de praia Com sorvete de manga Ela vestindo uma bela saia Um lar para pousar no final de trabalho o dia Me juntar à cria nos manjares  E na barulhenta alegria Quero o cheiro da amada Inconfundível e constante Invadindo minha madrugada Nos momentos de amantes E na segurança dos mútuos ajudantes Quero na vida paz E o fim dos meus ais Isto não é pedir demais

Reforma e Demolição

Neste dia 31 de outubro, comemora-se os 495 da Reforma Protestante.  O problema é que, desta reforma, fez um puxadinho neo-pentecostal. Depois outro, e mais outro...  Enfeiaram a casa. Já passou da hora de uma demolição. "Raça de víboras."

Namorada

Venha ter O meu carinho Minha devoção Não serei mais sozinho Venha ver Meu sorriso   Meu empenho Para você é o que tenho Venha viver A solidária caminhada Nunca mais desacompanhada   Ser feliz pode custar quase nada Venha ser Só minha Minha namorada

Transgressão, seja bem-vinda.

Transgressão. Uma palavra a qual os dicionários e as mentes não costumam tratar bem. Transgredir está associado à fazer o que não é “certo”, à quebra de regras, à algo negativo. Uma transgressão pode significar uma ofensa, uma infração ou até mesmo um crime. Transgressão não é coisa que se deve fazer. Transgredir pode não ser “legal” — literal, social e moralmente. Mas a coisa não é bem assim... A transgressão estará sempre condicionada a uma situação presente, a uma causa. Quem transgride é ou está insatisfeito, sente-se muitas vezes impedido de ter (ou experimentar) algo mais ou de algo diferente apenas. A transgressão tem o olhar no futuro. O autor da transgressão vislumbra o outro lado da fronteira dos costumes, liturgias e convenções. Fisicamente, a transgressão é a força que atua contra a inércia. Se a inércia for o repouso, a transgressão é o movimento. Se a inércia for movimento, a transgressão é aceleração, desaceleração e repouso. É mudar o jogo, é virar o placar. D

Preguiça.

Desejamos. Sempre estamos buscando algo, seja conforto, dinheiro, poder, cura para as doenças do corpo e da alma, sossego, superação, paz, poder, satisfação, amor, reconhecimento, felicidade. Buscamos incessantemente. Incansavelmente. Parece que nossa existência se resume a isso. Na verdade, somos reflexo do que procuramos, do que não encontramos e até do que perdemos. Afinal, o que queremos de verdade? Será que não estamos sendo engolidos por buscarmos coisas impossíveis? Quando digo “impossível”, não me refiro se perseguimos algo inalcançável, mas ao fato de muitas vezes estarmos completamente ocupados em ter algo que não é o que realmente nos satisfará. Pior, podemos ter abandonado a busca no meio do caminho. O famoso “não tem tu, vai tu mesmo”. Um dia desses, uma grande amiga, em sua definição para a preguiça, disse: ”Preguiça é a pessoa se contentar em ser menos do que ela realmente pode ser.” Eu extrapolaria e diria que preguiça é a pessoa se contentar em ser, sentir, v

Perfume e Alma

Eu percebo O cheiro vem me anunciar Eu sinto  O perfume que invade meu ar É alma, e vida que seguida de movimento. As formas se definem e o que era idéia vira momento E mesmo que dure só um instante, durou Mesmo que não seja para sempre, ficou As tardes de primavera testemunharam e as nuvens ocres refrescaram  A paz, a guerra, o beijo e o abraço brevemente eterno  Alma, ela esteve aqui Na minha alma, habitou Ainda está, perfume Ainda desejo, sabor Ainda sinto, calma Ainda guardo, amor

Perdendo a Partida.

Eduardo Paes, prefeito reeleito do Rio de Janeiro, talvez usando de seu cacife político, soltou o verbo: Ou o Brasil se apercebe de que esses eventos são uma chance fantástica de catalisar, juntar esforços, de se erguer de forma distinta, ou a gente vai ter perdido a oportunidade de aproveitar esse calendário especial que nós temos. Vou ser mais politicamente incorreto aqui, eu ousaria dizer que, no caso da Copa do Mundo, o Brasil de certa forma já perdeu essa oportunidade. A fala tem seu valor. Paes se referiu às nossas flagrantes deficiências em planejar e executar projetos em tempo hábil. Estamos às vésperas de uma Copa do Mundo, nossas obras estão atrasadas. Os custos estão inacreditavelmente altos. A infra-estrutura ruim como sempre. Os serviços são de irritar qualquer franciscano. Nossa crença de que faremos um evento exemplar estão se esvaindo. Ao contrário do que pode parecer, não é culpa do nosso complexo de vira-lata. Talvez seja culpa no nosso “nariz em pé”. O Br

Buzão

Eu quero descer Dá não! Você diz, eu acredito Eu sinto, não minto Pode crer Faz isso não! Esse jogo não quero Por isso não espero Vou sair Sou mais eu Não seu Joguete, brinquedo Conta outra Nem vem Não tem Piloto, Vou descer. Partiu!

Meu Querido Elefante

Torcedor é um bicho teimoso. Eu sou torcedor, sou teimoso. Pior, duplamente teimoso: nesta semana fui a um jogo do Flamengo (Jesus, o que é Magal?!) e no Engenhão. Às vezes, eu esquecia que estava no jogo e ficava me perguntando até que ponto vai a falta de praticidade crônica das nossas instalações.   Por ocasião do Jogos Pan-Americanos de 2007, nasceu o Engenhão. Para quem não conhece bem a região, ele fica no Engenho de Dentro, bairro da zona norte carioca, caracterizado por residências de gabarito baixo (um, dois e três andares), muitas construídas no início do século XX (daquelas que têm a data de construção na fachada). As ruas são estreitas, típicas desta região da cidade. Tem uma estação de trem e fica relativamente perto de dois shopping-centers. O terreno onde foi construído o estádio pertencia à Rede Ferroviária Federal, era uma antiga oficina de vagões e locomotivas (uma das ruas que ladeiam o estádio se chama Rua das Oficinas), que virou uma espécie de cemitério de c

A Queda é a Virtude.

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Diogo Mainardi é pai. Eu também sou. Diogo Mainardi é cinicamente inconformado. De algum modo, também sou. Diogo Mainardi é extremamente culto. Do meu jeito, tento ser culto, mas não chego a um centésimo do conhecimento que ele tem. Diogo Mainardi escreveu romances e crônicas. Eu mal mantenho um blog aborrecido. Diogo Mainardi entende de quedas. Eu achava que entendia. Ontem (terça-feira, 02 de outubro de 2012), às 19h, comecei ler A Queda , o mais recente livro de Diogo Mainardi. Hoje (quarta-feira, 03 de outubro), às 9h 15min, eu li o último dos 424 passos narrados por ele sobre a sua experiência de ser pai de um menino com paralisia cerebral. Em muitos momentos eu me perguntava: E se fosse comigo? Em muitos momentos eu me emocionei. Em alguns, não contive as lágrimas. Diogo Mainardi sempre me fez rir. Diogo Mainardi agora me fez chorar. Seu filho Tito foi acometido da paralisia cerebral  por conta de um erro médico. Tito, filho de Diogo, nasceu num final de semana. Minha

Ursinho Malvado.

O deputado federal Protógenes Queiroz (PC do B-SP), na semana passada teve um ataque de pelanca e quis tirar o filme "Ted" de circulação. Na história, Ted é um urso de pelúcia que representa aquele sujeito que não amadureceu e coloca seu "dono" em enrascadas. É uma alegoria, nada mais.Se personagem fosse representado por um sujeito de carne e osso, talvez o Protógenes não ficasse não contrariado. Segundo o araponga mais famoso do Brasil, a película faz apologia ao uso de drogas. Duas coisas sobre o episódio sucupiresco do deputado tentando impedir a exibição do filme: 1) Protógenes mostra que não liga muito para regras e avisos. A classificação etária do filme é 16 anos. Ele levou o filho de 11 anos para assistir o filme. A Matemática diz que 15 - 11 = 5. Logo, faltariam 5 anos para o rebento do deputado-araponga assistir o filme de acordo com a recomendação oficial.   2) O abuso de poder dos representantes dos organismos oficiais ainda é uma constante

Falta Ousadia.

Previsão de crescimento do PIB para 2012: 1,2%, sujeito à revisões para menos. O que era considerado uma piada pelo ministro da fazenda, Guido Mantega, mostra-se uma realidade nada engraçada. O país parou. Essa é a verdade. O que no fundo se revela é a incapacidade do Brasil de dar braçadas além da onda. Estivemos sempre "surfando" nos últimos anos. Surfamos no crescimento mundial, e na "marolinha" da crise mundial (como se faz piada com coisa séria!). A onda da bonança acabou e a marolinha se mostrou enorme.  Ter fundamentos econômicos sólidos não se mostrou o suficiente para nos colocar num ciclo virtuoso e sedimentado de crescimento. Combate à inflação e à pobreza são importantes, mas não é tudo. O governo, com seu tamanho paquidérmico, se afunda nas rubricas de custeio e não tem como investir. Nossos níveis de industrialização ainda são baixos, comparados à nossa população e a países de economias de portes similares. E, fato gravíssimo, temos níveis de educ

Oração

Meu Deus, eu sou grão de areia, sou fraco e pequeno perto de tudo que representas. Mesmo assim, tens misericórdia de mim. Tens cuidado de mim, mesmo que tantas vezes eu nem mesmo me dê conta disso. Obrigado. Por tantas vezes, percebo que, se não fosse tua compaixão, eu não estaria aqui. Eu talvez nem vivo estivesse. Sou falho e cheio de limitações. Nem por isso me abandonas. Obrigado. Nem sempre sou fiel. À despeito disso, caminhas ao meu lado. Sob sol escaldante, fazes a sombra que me apara. Sob nuvens escuras, me guias com tua luz. Doenças não têm me ferido, nem a morte atingido os meus. Obrigado. Por vezes, me sinto só. Contudo, de forma doce e tranquila, sinto a tua mão se estendendo a mim. Ensina-me o caminho, meu Deus. Tira de mim a dúvida, a incerteza e o medo. Dá-me sabedoria para entender os momentos difíceis e assim aprender as lições. Leva-me em tuas asas e faça-me voar alto. Não sei se merecerei tais coisas. Mas que sua vontade seja feita. Hoje e sempre.

(Quase) Tudo Certo.

Ela estava ali, sempre, do lado, tão perto. Tão esquecida. Tudo funcionava bem.  A casa arrumada, a comida pontual, as roupas limpas e cheirosas, as crianças na escola. Os seus amigos a adoram, seus pais também. Ela não esquece datas, contas a pagar, não se atrasa para o trabalho. Ela estudou, se preparou, foi promovida e não saiu dali. Ela amadureceu, já é plena de idéias e sentimentos. Ainda é cheia de desejos e sonhos que você não ele não se deixou apresentar. Ela quis, deu a entender e você fingiu ignorar. "Ela anda com uns pensamentos estranhos. Que saco!", pensou você.  Ela ainda é bela. Diferente, mas bela. A saborosa fruta mordida que Cazuza cantou. Você cada vez mais seguro. Da segurança vem a distância dos beijos formais, das transas rituais e dos assuntos habituais, quase relatórios semanais. Eis que surge alguém. Ele talvez não seja mais viril, mais rico, mas forte ou mais novo que você. Mas ele a olha diferente de você. Ele a olha nos olhos,

Inocência?

Assisti o tal Inocência dos Muçulmanos , ainda "em cartaz" no Youtube. O filme é ruim demais. Os seriados de super-heróis japoneses dos anos 1970 e 1980 são melhor produzidos do que esse lixo. O filme é dublado e remendado de forma grotesca. As vozes mudam quando as adulterações nas falas originais são feitas. Algo como um personagem interpretado pelo Tarcísio Meira que, de repente, aparecesse com a voz do Zacarias. Aí me veio a pergunta: Como alguém pode dar crédito a esta porcaria? O problema é que tem gente que dá. Problema maior ainda são os que não dão e fingem que dão. Intencionalmente. Vejam, o filme tão ruim, tão inverossímil, que  nem Mahmoud Ahmadinejad, um sujeito que duvida do holocausto, fez festinha com o caso. Logo, quem está usando o pretexto para promover uma chacina de cães infiéis yankees é gente pra lá de intencionada. "Fundamentalistas", dirão muitos. "Sim", concordariam outros. Mas de quais fundamentalistas estamos falando? Os qu

Assim Você Mata o Papai - Uma crônica sobre o lixo musical na atualidade.

Uma vez ouvi que a cantora Nana Caymmi disse que se pudesse falar com Elis Regina, contaria que certas coisas não haviam mudado. Pois, se no tempo de Elis tinha a Gretchen com seu Conga Conga Conga , naquele momento o que estourava eram duas dançarinas Segurando o Tchan , sucesso grudento que infernizou os ouvidos nos anos 1990. Não sei se o episódio é real, mas ele retrata bem o fato de que sempre se ouviu e viu coisa ruim. Mas agora os níveis são preocupantes. Fenômenos como os citados acima são normais na história do entretenimento. Alguém aparece fazendo algo descartável que fica nos ouvidos da massa, conquista as paradas de sucesso, ganha um caminhão de dinheiro e depois desparece. Na década de 1970, um cantor chamado Silvio Brito lançou Farofa , com um refrão peguento. Depois disso, ele e sua farofa desapareceram. A década de 1980 foi rica em junk music . Sérgio Mallandro com sua Vem Fazer Glu-Glu é um bom exemplo. Só não foi pior porque nesta mesma época começaram a apare

Pai, perdoa-nos.

Pai, perdoa-nos Maltratamos a natureza Poluímos o nosso ar e nossas águas Perdão, Pai Por esquecermos de ajudar o próximo Por desprezarmos a pobreza e a fome alheia Por venderemos e comprarmos armas Fabricamos drogas e destruímos famílias Misericórdia, Pai Somos como néscios Dirigimos alcoolizados  Somos racista e sexistas  Nos deste tantos dons e talentos E só queremos o lucro Pai, perdoa-nos Matamos em teu nome Roubamos em teu nome Enganamos em teu nome  Perdão! Perdão! Pela mentira de nossos relacionamentos Pelo consumo sem sentido Pela má educação de nossas crianças Perdoa-nos Não sabemos o que fazemos. 

Cinquenta Tons de Cinza – A culpa é dos homens.

Febre, best seller, hit. Chamem do que quiserem. O fato é que o tal  Cinquenta Tons de Cinza  é o acontecimento no mercado editorial mundial e comentado nas mais variados grupos femininos. Um mote mais do que batido, no estilo daqueles romances de banca de jornal, com pitadas de sexo explicito e com detalhes descritivos que encantam as mulheres. Uma receita e tanto para bombar nas vendas. Entre as mulheres, três grupos: Um grupo das que se encantam e devoram o livro como uma leoa faz com sua presa. Um segundo que detestam o livro por acharem que ele não passa de um clichê em que a mulher é novamente colocada no papel de iludida, que acha que vai mudar o amado. Este homem, obviamente, bonito, viril, misterioso e, claro, (muito) rico. O terceiro grupo, sempre tem, o das mulheres alienadas à publicação, pelos mais variados motivos. À despeito de discussões femininas ou libertárias, vou me atentar ao primeiro grupo, o das leoas famintas.  Tem livros que são menos interessantes qu