Idéias e Pessoas.
Muitas vezes, ficamos apaixonados por uma ideia. Deve ser o que chamam de idealização. Aí, vamos atrás de alguém que se encaixe na ideia. Quase um cargo, uma função cheia de tarefas. Selecionamos nossos pares e conviventes dentro de perfis definidos. Tem gente que determina até o biotipo. Tudo para que a ideia se materialize e a vida seja um projeto perfeito. Haja Freud! Somos capazes de passar muito tempo desse jeito, confundido ideias com pessoas. Uma vida inteira até.
Só que ideias não são pessoas. Por melhores que ambas sejam. É uma questão de adequação, momento, temperamento e até de química. Quando nos damos conta disso (quando damos, se é que damos), parece que uma confusão se instala nas nossas cabeças. É o parceiro ou parceira, que na verdade são sócios de uma espécie empreendimento doméstico. São filhos que se tornam reféns das idealizações de seus pais. Amigos que se decepcionam. O medo e a chance de haver decepção são grandes.
As idéias são só idéias. Boas ou ruins, exeqüíveis ou não, são um conceito que tende a perfeição. Pessoas são imperfeitas e , talvez por isso, maiores que as ideias. A diferença poderia ser resumida nisto. Iria além. Diria que a ideia tem um fator limitador: quando executada sem a pessoa certa, cedo ou tarde, vira tempo perdido. Já a pessoa certa transcende à qualquer ideia. É a outra visão, a surpresa, o diferente e também o igual. Porque esta pessoa nos faz rever o plano e reavaliar o conceito. Pessoas certas independem das ideias.
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