Aleluia


Nos anos 70 e 80, quando se falava de funk carioca isso significava falar de Tim Maia, Banda Black Rio, Cassiano, Sandra de Sá e outros. Nessa turma tinha uma dupla que era simplesmente sensacional: Robson Jorge e Lincoln Olivetti. O primeiro, guitarrista, cantor e compositor de primeira linha. O segundo é um mago dos teclados, produtor e arranjador que usou a eletrônica a serviço do suingue carioca.

Em 1982, eles lançaram um LP, Robson Jorge e Lincoln Olivetti. Minha lembrança mais remota de esse registro é de 1985, quanto ele me foi apresentado pelo meu amigo Renato Santos. Esse álbum foi fundamental para minha formação musical. Me ajudou a reconhecer música boa de música ruim, independente do estilo. Ele nos remete ao Rio de Janeiro da década de 1980 ― uma cidade colorida e pujante ― aos finais de semana ensolarados, ás praias lotadas e até aos momentos mais gloriosos do meu querido Flamengo.

Esse período foi especial para mim. Eu mal havia entrado na adolescência e, mesmo assim, A maioria das minhas “amizades essências” teve início nos anos 80. Nessa época fui apresentado a musica de Miles Davis, Steve Wonder, Tom Jobim, Pat Metheny, Quincy Jones, Milton Nascimento, Cesar Camargo Mariano, Michael Brecker, Chick Corea e tantos outros que a injustiça não me permite citar. Foi em 1985 que comecei a ter aulas de bateria. Instrumento que me abriu a mente para música e a vida.

Deixo com vocês uma faixa muito sugestiva, Aleluia.

Aleluia pela música. Aleluia, por ter nascido e viver até hoje no Rio de Janeiro. Aleluia pelos amigos que Deus me deu. Aleluia por Renato, Oscar, Joel, Stella Junia, Marlon, Daniele e Gilson que mostram que notas e compassos musicais trazem mais do que melodias e harmonias.



Comentários

  1. Também gosto muito da dupla Lincoln Olivetti e Robson Jorge, fui apresentado a eles por volta de 1985, quando percebi que já conhecia algumas músicas deles como algumas da trilha sonora do filme "Rio Babilônia" e a própria "Aleluia". Pena que não consigo encontrar nenhum CD deles.

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  2. Esses caras comprovam com suas musicalidades iluminadas, que a Música brasileira tem luz própria. Sou fã, principalmente do "Keyboardsman".
    Excelente lembrança do "fanqui" Brasil
    Marlon Costa

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  3. Rapaz, que coisa curiosa. Na verdade, impressionante. Em meu perfil no Orkut, escrevi algo bem parecido com o que você escreveu sobre as sensações provocadas em mim, um pré-adolescente vivendo no Rio dos anos 80, sobre este disco SEN-SA-CIO-NAL. Chego a chorar de emoção com ele... Exatamente pelas lembranças tão coloridas, ensolaradas provocadas pelas músicas da dupla neste LP/CD (relançado precariamente pela Trama, há alguns anos). Reencontrei o álbum através da internet e depois de muitos anos. Ouvi-lo é uma emoção renovada e continuada! O que destoa é que torcemos por times diferentes... Sou botafoguense...

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