Nós construímos a casa dos horrores
A matéria no The Economist publicada no último dia 09 não passa de realidade. Aliás, triste realidade essa. O título da reportagem é House of horrors. A coisa foi tão gritante que alguns senadores admitiram que o Senado Brasileiro se transformou nisso mesmo. Uma das coisas que parece chamar a atenção dos britânicos é o fato de haver mais de 10.000 funcionários para atender a somente 81 senadores (minha observação: aproximadamente 123 funcionários por senador). Outra observação curiosa é o relato de como os funcionários da casa a chamam. Alguns acham o Senado Federal uma verdadeira mãe, outros o consideram um clube. Justiça seja feita, o revista admite que o Brasil não é o único país que concede tantas benesses é suas casas legislativas. Mais justo ainda é a observação que tanto a situação quanto a oposição usam e abusam dos benefícios do Senado.
Para o The Economist e para a torcida do Flamengo, o fator desencadeador dos problemas atuais do Senado foi a sucessão dos chamados atos secretos. Gosto desse termo, ato secreto. Uma vez ouvi que ética é o que fazemos quando ninguém nos vê. Acho que é por aí que funciona a coisa. Os atos secretos, os votos secretos, os acordos secretos são pautados pela ética real dos políticos. Acredito em pragmatismo, acho que ele é necessário no jogo político. Mas é necessário respeitar a fronteira e o poder, ao contrário do que se pensa, é cheio de fronteiras. Ter poder é dizer “não” sem ter que se explicar demais, é ser livre para escolher não ultrapassar tais fronteiras. Isso é o que falta.
Mas será que a gente vai continuar com aquele papinho de que a culpa é dos políticos, que eles são todos uns corruptos, blá-blá-blá? Pior é que vamos. Em nossa maioria, trocamos nossos votos por churrascos com cerveja, uniformes para o time da pelada, tinta para o muro, cimento para a laje, remédio genérico, vaga em escola pública e tantos absurdos. Nós não lembramos em quem votamos, não sabemos nem o que cobrar. Nossa incapacidade de raciocínio político não ultrapassa a meia dúzia de sinapses, parece que somos retardados mentais na hora da escolha. Parece nada, somos. Esse é o pressuposto de muita gente que nos pede e nos ganha voto. Não conhecemos a regra do jogo. Dependendo da coligação um paulista vota no Aldo Rebelo e elege o Paulo Maluf. Os dois são de ideologias políticas antagônicas, mas um pode arrastar o outro para dentro da Câmara Federal.
O subtítulo da reportagem é “O que os parlamentares britânicos tem a aprender com os senadores brasileiros”. Para mim deveria ser “O que os eleitores britânicos tem a aprender com os eleitores brasileiros”. Afinal somos nós que causamos isso tudo. O voto no Brasil é um ato secreto.
Para o The Economist e para a torcida do Flamengo, o fator desencadeador dos problemas atuais do Senado foi a sucessão dos chamados atos secretos. Gosto desse termo, ato secreto. Uma vez ouvi que ética é o que fazemos quando ninguém nos vê. Acho que é por aí que funciona a coisa. Os atos secretos, os votos secretos, os acordos secretos são pautados pela ética real dos políticos. Acredito em pragmatismo, acho que ele é necessário no jogo político. Mas é necessário respeitar a fronteira e o poder, ao contrário do que se pensa, é cheio de fronteiras. Ter poder é dizer “não” sem ter que se explicar demais, é ser livre para escolher não ultrapassar tais fronteiras. Isso é o que falta.
Mas será que a gente vai continuar com aquele papinho de que a culpa é dos políticos, que eles são todos uns corruptos, blá-blá-blá? Pior é que vamos. Em nossa maioria, trocamos nossos votos por churrascos com cerveja, uniformes para o time da pelada, tinta para o muro, cimento para a laje, remédio genérico, vaga em escola pública e tantos absurdos. Nós não lembramos em quem votamos, não sabemos nem o que cobrar. Nossa incapacidade de raciocínio político não ultrapassa a meia dúzia de sinapses, parece que somos retardados mentais na hora da escolha. Parece nada, somos. Esse é o pressuposto de muita gente que nos pede e nos ganha voto. Não conhecemos a regra do jogo. Dependendo da coligação um paulista vota no Aldo Rebelo e elege o Paulo Maluf. Os dois são de ideologias políticas antagônicas, mas um pode arrastar o outro para dentro da Câmara Federal.
O subtítulo da reportagem é “O que os parlamentares britânicos tem a aprender com os senadores brasileiros”. Para mim deveria ser “O que os eleitores britânicos tem a aprender com os eleitores brasileiros”. Afinal somos nós que causamos isso tudo. O voto no Brasil é um ato secreto.
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