Diversão Macabra

Com a morte de Michael Jackson, voltou a indústria da morte. Chamo assim a gana que produtores, empresários, familiares, imprensa e oportunistas de plantão tem por ganhar dinheiro encima do defunto famoso.

Em minhas andanças pelo centro do Rio de Janeiro, vejo que MJ virou o mais novo velho ídolo mundial. As mesmas pessoas que antes achavam o cantor um maluco ridículo agora se amontoam na frente das TVs expostas nas lojas especializadas e nos quiosques dos produtos piratas da Uruguaiana. O próprio funeral de Jackson foi uma demonstração do que vai acontecer. Amigos de longa data do ídolo não deram as caras. Quincy Jones, Daiana Ross, Elizabeth Taylor não apareceram no showneral. Talvez protesto contra forçada de barra. O evento, que foi protagonizado por gente que não era próximo de MJ (alguns nunca estiveram perto dele), certamente será transformado em CD, DVD e mais aquela série interminável de produtos. Até os outros Jacksons vão tirar seu naco na coisa toda. E o velho vampiro Joe Jackson deve estar desesperado arrumando um jeito de vender até as cuecas do filho surrado que o deixou de fora do testamento.

Uma vez eu ouvi que se há oferta é porque há demanda. Então, demanda-se por um sinistro prazer por vasculhar a vida e a morte dos outros. O que era lixo de gravação será material inédito e gerará rios de dinheiro. Já deve ter gente torcendo para Madonna bater as botas.

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