Auto-choque de Ordem
Apareceu no Jornal da Globo, de 04/11/2009. Carros das Secretaria de Ordem Pública da município do Rio de Janeiro estacionam na calçada, impedindo a passagem de pedestres. E não dá nem para dizer que foi uma situação de exceção. A equipe de reportagem acompanhou o movimento dos carros durante um mês.
O Rio de Janeiro tem uma espécie de vício de origem, fruto de uma história colonial, burocrata e cartorial. Aqui, a qualquer sinal de proteção estatal, uma turma se acha no direito de romper com qualquer fronteira legal ou moral. O exemplo mais comum são os casos de truculência e corrupção na polícia e chega nas viaturas públicas que não respeitam as leis de trânsito e por servidores que tratam com desdém a população que paga por seus serviços e espera o mínimo de atenção. O caso dos carros (picapes enormes) nas calçadas é emblemático por se tratar de um dos problemas mais incômodos que os pedestres cariocas têm que enfrentar. Além disso, em todas (eu disse todas) as campanhas para eleição de prefeito, os candidatos falam que vão combater os carros nas calçadas.
Eduardo Paes criou a Secretaria de Ordem Pública. O órgão é conhecido pelos seus choques de ordem. Esse pessoal reboca carros que estacional em locais proibidos e adora uma aglomeração. Sou a favor da ordem, ela é mais que necessária. Mas sou a favor do exemplo também. Um pai educa seu filho não somente com palavras e corretivos, mas principalmente com exemplos. Um governo só ajuda a transformar uma sociedade se seus exemplos forem nesta direção. A letargia e o conformismo brasileiros com a corrupção e a desmoralização dos poderes é fruto da matriz ruim. “Se o Sarney abusa do poder, o que é que tem eu abusar?”, dizem uns. “O Maluf rouba, mas pelo menos faz alguma coisa”, dizem outros. Agora caberia dizer também: “Se eles estacionam na calçada, que mal tem eu estacionar também?”
Espero e peço pela punição dos motoristas autores da infração e de seus respectivos chefes. Não tem desculpa, prefeito. Não tem desculpa, secretário da ordem pública. Pegou mal. Chegou a hora do auto-choque de ordem.
O Rio de Janeiro tem uma espécie de vício de origem, fruto de uma história colonial, burocrata e cartorial. Aqui, a qualquer sinal de proteção estatal, uma turma se acha no direito de romper com qualquer fronteira legal ou moral. O exemplo mais comum são os casos de truculência e corrupção na polícia e chega nas viaturas públicas que não respeitam as leis de trânsito e por servidores que tratam com desdém a população que paga por seus serviços e espera o mínimo de atenção. O caso dos carros (picapes enormes) nas calçadas é emblemático por se tratar de um dos problemas mais incômodos que os pedestres cariocas têm que enfrentar. Além disso, em todas (eu disse todas) as campanhas para eleição de prefeito, os candidatos falam que vão combater os carros nas calçadas.
Eduardo Paes criou a Secretaria de Ordem Pública. O órgão é conhecido pelos seus choques de ordem. Esse pessoal reboca carros que estacional em locais proibidos e adora uma aglomeração. Sou a favor da ordem, ela é mais que necessária. Mas sou a favor do exemplo também. Um pai educa seu filho não somente com palavras e corretivos, mas principalmente com exemplos. Um governo só ajuda a transformar uma sociedade se seus exemplos forem nesta direção. A letargia e o conformismo brasileiros com a corrupção e a desmoralização dos poderes é fruto da matriz ruim. “Se o Sarney abusa do poder, o que é que tem eu abusar?”, dizem uns. “O Maluf rouba, mas pelo menos faz alguma coisa”, dizem outros. Agora caberia dizer também: “Se eles estacionam na calçada, que mal tem eu estacionar também?”
Espero e peço pela punição dos motoristas autores da infração e de seus respectivos chefes. Não tem desculpa, prefeito. Não tem desculpa, secretário da ordem pública. Pegou mal. Chegou a hora do auto-choque de ordem.
Comentários
Postar um comentário
Atenção: Acusações insultuosas, palavrões e comentários em desacordo com o tema da notícia não serão publicados e seus autores poderão ter o envio de comentários bloqueado neste blog.
Pense antes de escrever. Assine depois de escrever