Uma vez ouvi que a cantora Nana Caymmi disse que se pudesse falar com Elis Regina, contaria que certas coisas não haviam mudado. Pois, se no tempo de Elis tinha a Gretchen com seu Conga Conga Conga , naquele momento o que estourava eram duas dançarinas Segurando o Tchan , sucesso grudento que infernizou os ouvidos nos anos 1990. Não sei se o episódio é real, mas ele retrata bem o fato de que sempre se ouviu e viu coisa ruim. Mas agora os níveis são preocupantes. Fenômenos como os citados acima são normais na história do entretenimento. Alguém aparece fazendo algo descartável que fica nos ouvidos da massa, conquista as paradas de sucesso, ganha um caminhão de dinheiro e depois desparece. Na década de 1970, um cantor chamado Silvio Brito lançou Farofa , com um refrão peguento. Depois disso, ele e sua farofa desapareceram. A década de 1980 foi rica em junk music . Sérgio Mallandro com sua Vem Fazer Glu-Glu é um bom exemplo. Só não foi pior porque nesta mesma época começaram a apare...
Hora do almoço, fila do restaurante Verde Vício, no centro do Rio. Lugar de comida saudável e preços condizentes com a proposta do local. Gente descolada e inteligentinhos frequentam – e tem também quem quer se alimentar direito. Tem fila. E a fila é aquilo: o lugar perfeito para um pequeno teste de mau-caratismo. É batata (não o legume), sempre há quem fura a fila. Arco-reflexo, naturalizado, instintivo. Eu vou além: genético. E me refiro às genérica de nossa formação socia l, dos pesos e dos valores que abraçamos ou abdicamos para alcançar sucesso ou riqueza. Parece bobagem. O que tem demais uma furada de fila inofensiva? A resposta pode estar no censo do oportunidade. Assim como roubar bilhões dos cofres públicos, furar fila é oportunidade. Nós exigimos dos políticos uma ortodoxia que não temos no cotidiano. Discordam? Então o que dizer da quantidade enorme das notórias falsificações de carteiras de estudante para pagar meia entrada? Dos roubos e receptação de mercadorias? Ou e...
E ste blog completou uma semana. É pouco, eu sei... Mas já estou jogando confetes. Nesse tempo, recebi e-mails e telefonemas de pessoas elogiando o blog, o que me deixa muito feliz. Algumas manifestações foram de surpresa com o fato do conteúdo do blog ser fornecido exclusivamente por mim ― pelo menos até agora. O ato de escrever tem me acompanhado há algum tempo. O bom de escrever é que se pode gritar sem assustar e ser ouvido sem falar alto. Escrever me liberta, tem sido minha terapia e minha arma contra o marasmo. A escrita tem se revelado uma boa amiga e nosso diálogo tem sido muito intenso. Só escreve quem lê. Ela me diz muito e eu tento responder à minha maneira. Escrever é um ato de prazer. Por isso publico no blog o que escrevo: prazer tem que ser divido. Nunca escreverei por obrigação, a obrigação tira a cor e aumenta o peso. Quero que seja assim sempre. Aos que gostaram do blog e vem acompanhando, torçam para que a alegria permaneça e a fonte não seque. O ZERO À DIREITA é a m...
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