Decepção e Crescimento


É impossível ser alguém em sua plenitude, sem que haja decepção. Decepcionar-se e provocar a decepção de outrem fazem parte da busca pelo espaço próprio. E tal busca implica em diminuir o espaço e a influência exercidos por pessoas que nos cercam, sejam elas parentes, amigos, maridos, esposas, namorados namorados, colegas de trabalho, etc.. 

Decepcionar não é querer o mal, como fomos acostumados a avaliar. É, antes de tudo, não corresponder a uma determinada expectativa que nos é imputada, que muitas vezes não tem nada a ver com nossos sonhos personalidade e necessidades. O curioso (e perigoso) é que se, em certa medida, não decepcionamos, podemos nos frustar por não termos vivido e experimentado situações que gostaríamos. 

Não decepcionar tem a ver com zelo e cuidado. O mesmo zelo que se tem ao se cuidar de um jardim, por exemplo. Só que não se pode esquecer que, num jardim, cada flor tem seu tempo e seu ciclo. Podemos no máximo prolongar este ciclo, mas não podemos impedí-lo. 

Fica a escolha. Decepcionar ou zelar em excesso, sob o grande risco de ver nosso esforço neste zelo se revelar em vão com o passar do tempo.

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