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Mostrando postagens de julho, 2009

Mussum Forevis II

Esse é um lado que poucas pessoas conhecem, ou lembram. O Mussum músico, com seu grupo Os Originais do Samba. Este vídeo é uma raridade, um registro e tanto do carisma e talento desse artista.

Mussum Forevis

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Há quinze anos morria Antonio Carlos Bernardes Gomes, o Mussum. É, até hoje, o integrante mais cultuado dos Trapalhões. Mesmo com toda a exposição de Renato Aragão, Mussum é o cara que mais está na lembrança da rapaziada que era criança nas décadas de 70 e 80, principalmente dos cariocas. A maior prova disso são as camisetas com a sua esfinge que desfilam pelo Rio. Uma das lembranças mais divertidas que tenho de Mussum, curiosamente, não é com os Trapalhões e sim com o seu grupo musical Os Originais do Samba. Eles apareciam na televisão cantando um samba que narrava o aniversário da Mônica, personagem do Maurício de Souza (acho que era isso). O refrão era com Mussum cantando fino e com a língua presa, imitando o Cebolinha. Eu chorava de rir. Mussum era politicamente incorreto, o que essencial para um humorista. Hoje, no mundo castrado dos politicamente corretos, não se pode fazer humor sobre a condição social, a cor da pele ou problemas com alcoolismo. Mussum não estava nem aí para iss

Pedra Barata

A Secretaria Municipal de Assistência Social do Rio de Janeiro informou que 90% dos menores de rua da cidade são viciados em crack. Em números absolutos, mais de 400 crianças e adolescentes são atingidos pela droga. O problema é mais grave do que se imagina, por ser na verdade uma combinação de outros problemas. O primeiro, notório, é a quantidade de crianças espalhadas pela cidade. Um contingente enorme é facilmente visto nos bairros de maior concentração. As regiões da Tijuca e do Centro, por exemplo, estão tomadas por jovens nos sinais de transito, nas portas de bancos e supermercados. Uma imagem triste, de difícil explicação para nós adultos e para os pequeninos que nos acompanham. O outro problema é que, antigamente, os poucos menores que vagavam pelas ruas eram viciados em cola de sapateiro e ficavam atrás de restos desse produto em latas de lixo de oficinas de artefatos de couro. Com a chegada do crack, chegou também o tráfico estruturado e lucrativo. Como os menores não tem din

Incontinência castigada

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, em entrevista ao Globo Online, disse que se pudesse criaria uma bonificação aos guardas municipais que multassem quem fizesse suas necessidades fisiológicas em plena rua. Ele estava se referindo aos mijões que aliviam sem menor pudor pelas ruas da cidade. Concordo com o prefeito. Paes, em seu argumento, diz que é duro, mas os cariocas sempre foram muito benevolentes com essa situação, é uma mudança de cultura. Realmente, sempre fizemos vista grossa. A desculpa mais ouvida é que não existem banheiros públicos na cidade e que por isso as pessoas recorrem ao ato de regar árvores, paredes, muros e pilastras da cidade. Papo fajuto esse. Se faltam banheiros, faltam mais ainda educação e autocontrole, principalmente dos homens. Trabalho no centro da cidade. Numa confluência de ruas importantes e movimentas, cheias de bares, restaurantes e alguns banheiros públicos (justamente pagos). Pois é só acabar o expediente laboral e iniciar o expediente etílico, que os

Aos Meus Amigos

A riqueza de um homem está em seus amigos. Mas, ao contrário do que pode parecer, ter muitos amigos não é sinônimo dessa riqueza. O segredo está na qualidade dos amigos que você tem. Nisso, eu levanto as para os céus e agradeço a Deus pelos amigos que tenho. Eles podem aparentar numerosos, é mera ilusão. Quem é meu amigo sabe. Quem é meu amigo me conhece. O meu amigo tem informações atualizadas de mim. Recebe a pequena tiragem do meu “jornal”. O meu amigo entende meus momentos, minhas nuances. Respeita minhas mutações e meus pontos de permanência. Quem é meu amigo não me julga. Contudo, ele vai mais longe, exorta. Meu amigo terá em mim um porto, poderá chegar e achar descanso. Porque é assim que os vejo. Muitas vezes, o caminho é escuro e são os amigos que nos pegam pela mão. Quem é meu amigo não tem nesta amizade um título, mas uma maneira de viver. Sendo assim, faço de minhas palavras uma declaração de amor e fidelidade aos meus amigos. Não tão numerosos, mas verdadeiros e leais. Irm

Câncer Diplomático

Você conhece o Termo de Ajuste ao Protocolo de Cooperação sobre a Ação Afirmativa? É mais um dos absurdos dos últimos tempos. Trata-se de uma bolsa-prêmio no valor de R$ 25.000,00, concedida pelo Instituto Rio Branco para candidatos negros, como o objetivo de ajudar na preparação destes para as provas de ingresso na instituição e assim equilibrar o balanço social dos quadros da diplomacia brasileira. Eu não sabia que o sistema de cotas já havia infectado o Itamaraty. Não escondo minha decepção. A diplomacia brasileira ainda é uma das boas coisas desse país ― mesmo com as capotadas do Celso Amorim. Afinal, o atual ministro (graças a Deus) é passageiro e o IRBr tem uma tradição de selecionar e formar excelentes profissionais. A mãozinha vem em forma de pagamentos parcelados durante um ano, para que o postulante à vaga no instituto page professores e cursos e atinja melhores condições de ingresso. Mas, e quem não é negro e vem acalentando esse sonho e se preparando há anos? Como o governo

Diversão Macabra

Com a morte de Michael Jackson, voltou a indústria da morte. Chamo assim a gana que produtores, empresários, familiares, imprensa e oportunistas de plantão tem por ganhar dinheiro encima do defunto famoso. Em minhas andanças pelo centro do Rio de Janeiro, vejo que MJ virou o mais novo velho ídolo mundial. As mesmas pessoas que antes achavam o cantor um maluco ridículo agora se amontoam na frente das TVs expostas nas lojas especializadas e nos quiosques dos produtos piratas da Uruguaiana. O próprio funeral de Jackson foi uma demonstração do que vai acontecer. Amigos de longa data do ídolo não deram as caras. Quincy Jones, Daiana Ross, Elizabeth Taylor não apareceram no showneral . Talvez protesto contra forçada de barra. O evento, que foi protagonizado por gente que não era próximo de MJ (alguns nunca estiveram perto dele), certamente será transformado em CD, DVD e mais aquela série interminável de produtos. Até os outros Jacksons vão tirar seu naco na coisa toda. E o velho vampiro Joe

Jaco Pastorius

O contrabaixo elétrico tem sua história dividida por este homem. Jaco Pastorius (1951-1987) foi um gênio atordoado e inquieto. Sua morte prematura nos deixou a sensação de uma obra inacabada. Este vídeo é parte de um show da cantora e compositora Joni Mitchell, em 1979.

Culinária brasiliana

O Lula disse que os senadores da oposição são belos pizzaiolos. Bem... Ele tem tudo para ser o dono deve ter comprado a pizzaria. Mama mia!

Vale a pena dormir tarde

É incrível como a Globo, quando quer, faz programas de qualidade. Tão incrível quanto à capacidade que a rede tem de fazer programas bizarros. O exemplo de bizarrice é a tal da novela Caminho das Índias . Nunca vi indianos tão brancos e tão bonitos como os do folhetim global. Até os páreas daquela sociedade de castas são lindos. Um bom exemplo é a personagem Indira, interpretada pela italiana de olhos verdes Eliane Giardini. A novela abusa da inverossimilhança. Mas, às vezes, a Globo marca um golaço. O último é a minissérie Som & Fúria . É a história de um diretor lelé da cuca que tem que conduzir a companhia do Teatro Municipal de São Paulo numa temporada de clássicos. O programa marca a volta de Felipe Camargo, interpretando o diretor doidão, além da direção de Fernando Meirelles. Tem um elenco de primeira. Gente como Andrea Beltrão, Pedro Paulo Rangel, Dan Stulbach, Daniel Oliveira (que consegue de vez se livra de Cazuza), Regina Casé (fazendo algo que presta), Genro Camilo, Rod

Nós construímos a casa dos horrores

A matéria no The Economist publicada no último dia 09 não passa de realidade. Aliás, triste realidade essa. O título da reportagem é House of horrors . A coisa foi tão gritante que alguns senadores admitiram que o Senado Brasileiro se transformou nisso mesmo. Uma das coisas que parece chamar a atenção dos britânicos é o fato de haver mais de 10.000 funcionários para atender a somente 81 senadores (minha observação: aproximadamente 123 funcionários por senador). Outra observação curiosa é o relato de como os funcionários da casa a chamam. Alguns acham o Senado Federal uma verdadeira mãe, outros o consideram um clube. Justiça seja feita, o revista admite que o Brasil não é o único país que concede tantas benesses é suas casas legislativas. Mais justo ainda é a observação que tanto a situação quanto a oposição usam e abusam dos benefícios do Senado. Para o The Economist e para a torcida do Flamengo, o fator desencadeador dos problemas atuais do Senado foi a sucessão dos chamados atos sec

Operação Sorriso

Existe uma ONG chamada Operação Sorriso Brasil . Ela é dedicada à cirurgia de reparo em crianças e jovens portadores de fissura lábio-palatina (lábio leporino e fenda palatina). É um trabalho muito bonito que fiquei conhecendo a pouco tempo, graças a um e-mail que recebi. O conteúdo do e-mail era a informação de que a Operação Sorriso vai estar no Rio de Janeiro nos dias 06 e 07 de agosto , realizando cirurgias gratuitas para a reparação do lábio leporino. Essa é o tipo de organização que merece o nosso respeito e, se possível, contribuição. Uma ONG zero à direita.

Problemas a vista no cafofo do Obama.

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Algumas considerações sobre a foto acima: Ou Barack Obama arruma uma excelente explicação, ou vai dormir no sofá do Salão Oval. O que essa criatura, com vestido que deve ter sido alugado na Só Rigor, está fazendo ai? Depois reclamam da imagem da mulher brasileira no exterior. Detalhe: E a cara do Sarkozy?

Cala a boca e joga bola.

Ronaldo, o Fenômeno, está se especializando em galhofas aos microfones. Quando do episódio com os travestis, o jogador já tinha falado coisas de difícil explicação ― se é que havia algo explicável. Na última segunda-feira, no programa Bem, Amigos , do SporTV, Ronaldo questionou a superioridade numérica da torcida do Flamengo. Caramba! De que cartola (com e sem trocadilho) ele tirou esse coelho? O sujeito questionou métodos de pesquisa, como se soubesse avaliar algum método científico. Ronaldo é craque da bola, não da Estatística. Aliás, dessa cadeira seu conhecimento deve ser nulo. Conselho é aquilo... Ronaldo deveria jogar seu belíssimo futebol. Usar a boca não somente para acomodar seus enormes dentes, mas também para segurar sua também enorme língua.

E agora, Doutor?

A Medicina é uma carreira especial, intrinsecamente. O médico nos ajuda a evitar as doenças. Se essas são inevitáveis, ele nos conduz no tratamento e na cura. Se não há cura, ele vai nos mostrar o caminho para uma melhor possível vida. Se não existe a expectativa de vida, ele vai cuidar para que nossa morte seja o mais digna possível. Pelo menos é isso que esperamos de um médico. Talvez seja para isso que um sujeito escolha ser médico. O caso do obstetra plantonista do Getúlio Vargas que escreveu no braço de uma paciente o local (e a linha de ônibus) onde ela deveria dar a luz a sua filha choca não somente pela frieza e certa crueldade, mas pela condição de exceção. Conheço muitos médicos, alguns deles são amigos queridos. Por isso, vejo que a coisa não bate. Sei da dificuldade do atendimento público, que o profissional de saúde tem que criar certo distanciamento dos pacientes até por uma questão de proteção do seu estado psicológico. Mas um caso grave deve ser cuidado como um caso gra

Dicionário ZAD do Politicamente Correto: Afro-descendente

Verbete: Afro-descendente Sinônimos para negro, preto, mulato, etc. Um dos maiores engodos do comportamento politicamente correto. A denominação afro-descendente nada mais é do uma macaquice do termo estadunidense african-american, cuja função era resgatar as raízes africanas dos negros americanos. Aqui, o termo serve para erodir o (auto) preconceito com relação às pessoas negras e para colocar tudo num caldeirão só. Ou seja, escapou de branco, afro-brasileiro é. No fundo no fundo, a situação o preconceito é uma coisa tão corrosiva que impede as pessoas de falarem as coisas como elas são sem achar que tudo é pejorativo. “Negro”, “preto” são palavras que deveriam povoar somente o campo da descrição, todavia partiram também para o campo da ofensa. A forçada de barra do politicamente acentuou o problema. Invés de tirar a carga de xingamento dessas palavras, simplesmente tenta colocá-las em desuso. Uma tolice tamanha.

Tristes Culpados

O acidente ocorrido ontem na Linha Vermelha, envolvendo um van com estudantes do Colégio Pedro II, joga luz no delicado tema do transporte escolar nas grandes cidades. No estado do Rio, os veículos destinados a essa atividade devem ter um licenciamento específico, passando por duas vistorias anuais, além de treinamento especial para os motoristas. Mesmo assim, o transporte ilegal ainda atua neste ramo. O momento é de dor pela morte de quatro crianças inocentes. Mas não se pode deixar de ter uma profunda reflexão sobre os responsáveis pelo acidente. O motorista é apenas um deles, o estado que fiscalizou ineficazmente também. É duro admitir, os pais também tem sua parcela de culpa ao arriscar a segurança de seus filhos ao submetê-los a tal condição. Sabemos que transporte no Rio de Janeiro é complicado, mas devemos ser honestos para concluir que a vida de nossos filhos é mais importante do que qualquer complicação. Não sei o que passou na cabeça daqueles pais e mães ao decidir que seu fi