Hino Nacional Brasileiro: Desconstruindo um símbolo

Está circulando na Internet o vídeo com a cantora Vanusa destruindo o que seria uma tentativa de entoar o Hino Nacional. Essa coisa de versões alternativas para o Hino Nacional começou a Fafá de Belém que, numa das jogadas mais oportunistas da indústria fonográfica brasileira, gravou uma versão na morte de Tancredo Neves.

Sempre torci o nariz para versões heterodoxas para coisas que são clássicas. O hino nacional brasileiro é um clássico. No Brasil, ou se rejeita um clássico ou o desova numa vala comum. O nosso hino é lindo, emocionante e admirado por músicos de todo o mundo. E não precisa dessas desventuras. Fui pesquisar e descobri que existem tentativas de muita gente que deu seu “jeito” ao hino. De Luiz Gonzaga a João Gilberto, passando por Sandy e Junior.

Isso tudo é muito motivado pela macaquice de querer fazer igual aos americanos fazem com o seu hino. Diferentemente do nosso, o Star Spangled Banner parece um hino de igreja protestante, o que tem tudo a ver com cultura daquele povo. Sendo assim, ele permite os floreios típicos dos cantores americanos. O hino brasileiro é uma marcha e como tal era conhecido como Marcha Triunfal, antes de ser adotado como hino oficial por Deodoro da Silva. Logo, não tem muito espaço para interpretações melosas e sinuosas como as que vimos nos últimos tempo.

Uma nação é feita de seu povo, da sua unidade em meio a sua diversidade, da sua história, da sua cultura e de seus símbolos. Desconstruir símbolos é um duro golpe contra a pátria. O nosso hino é um de nossos símbolos mais fortes. Sua letra, talvez, não retrate o que realmente somos, mas traduz o que sonhamos um dia ser. Desrespeitar o Hino é desrespeitar esse sonho.

Feliz Sete de Setembro.

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