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Mostrando postagens de novembro, 2009

Na tela dos outros é pecado.

Acabo de ler na Veja desta semana sobre um programa da Rede Record, A Fazenda, que é o genérico do Big Brother, que passa na TV Globo. Bem, um Big Brother já dose pra elefante. Dois deveriam ser um problema de segurança nacional. A diferença básica entre os dois programas é, além do orçamento, que o da Record usa os pseudo-famosos da televisão, aqueles que não deram certo na Globo e tentam ganhar uns trocados em outro lugar. O que mais me chamou na atenção na reportagem não foi a tentativa da revista de traçar algum perfil psicológico dos participantes do programa “rural”. O que me fez refletir foi o fato de reportagem notar que a quantidade de peladas exibidas do programa do canal do bispo Macedo. Ninguém me responde por que uma instituição religiosa tem que ter uma rede de televisão (a não ser que esta fale de sua doutrina o tempo todo). Por que tem que ter um partido político, ou investir pesado em instituições financeiras. Bispo Macedo e sua turma representam a nata da hipocrisia r

Oinc-Oinc

Antes eu me horrorizava com o que Eduardo Paes dizia, agora eu até me divirto. A sua última pérola foi chamar os cariocas de porcalhões, devido à grande quantidade de lixo produzido na cidade. Num primeiro momento, o pronunciamento revolta. Mas depois, eu lembrei que papeis, embalagem, latas de refrigerante e cerveja, guimbas de cigarro e tantos outros detritos são objetos inanimados. O cara tem razão. As pessoas não dão a mínima para o lixo que espalham pelas ruas. É só ver a quantidade de latas de lixos que existem versos a quantidade de sujeira no chão. Não podemos dizer que a Comlurb não atua com relativa eficiência. Basta ver como a praia de Copacabana está inacreditavelmente suja no final de um dia de sol e como ela desperta no dia seguinte (linda e pronta para mais um dia de desrespeito). Um dia desses, assisti um sujeito que reformava a sua casa jogar as telhas velhas em um poste há 50 metros de sua casa, na tentativa de se livrar do problema. Só que o cascão nem se atentou par

Vai de retro, Barrichello

O verdadeiro motivo da barração do Imperador no jogo de domingo. PLANTÃO DO GLOBO ONLINE 14h38: Barrichello ironiza rivais são-paulinos no kart: 'Sou Flamengo desde criança' 16h46: Queimadura no pé esquerdo pode tirar Adriano do jogo em Campinas. 18h03: Adriano está fora do clássico Rubens Barrichello colocando seu pé frio a serviço do Curintcha.

Tirem as crianças da sala.

Entrará em cartaz o filme chapa-branca, contanto uma suposta história de Lula. Um verdadeiro culto à personalidade. Alguns dizem que existem paralelos forjados com a história de Cristo. Nascimento em lugar paupérrimo, criança prodígio, líder carismático que vai conduzir o povo à salvação. São claras as distorções. Sabemos que filme faz parte da arquitetura para tentar eleger a discípula Dilma. Mas o perigo maior não está aí, mas sim na percepção das futuras gerações. O grande mérito de Lula — e talvez o único — foi não mexer nos fundamentos econômicos, que não foram construídos pelo seu governo. Foi não se aventurar, cedendo aos apelos delirantes das bases de seu partido. Foi entender que isso seria fatal para seu plano de poder. Contudo, o mensalão foi articulada na sala ao lado de seu gabinete, por seus companheiros José Dirceu, Genuíno, Delúbio e Silvinho, além de mais um bando de gente que foi classificada como quadrilha. Reescrever a verdade é atrofiar a identidade de uma sociedad

Elis Regina

Não adianta. Antes dela era uma expectativa, depois dela restou carência. Elis Regina foi a maior cantora brasileira de todos os tempos. Nada se compara a Elis. Nem tentem achar paralelo, desistam de achar uma sucessora. Nem Maria Rita, nem ninguém. Elis é uma espécie de alinhamento de planetas. Pena ter morrido tão cedo. Pena as novas gerações não terem sido levadas por seus pais aos shows de Elis. Energia, talento, senso de palco e de grupo. Artista, não celebridade. Coloco abaixo, dois vídeos interessantíssimos. Um ao vivo no festival de Montreaux e outro retirado do programa Ensaio, da TV Cultura. No primeiro, uma mostra do que Elis fazia ao vivo. No segundo, vemos a cantora contando como as Águas de Março apareceram em sua vida. Ivetes, Danielas, Claudias, Anas Carolinas e tantas outras. Como diria o Capitão Nascimento: Peçam pra sair.

Inconsciência Negra

No final do 20 de novembro, eu me sentia e me via mais negro. A praia estava ótima. O sol brilhante, e a água refrescante. Cheguei cedo e achei uma vaga para o carro facilmente. Feriado estranho esse: Dia da Consciência Negra. Criado no Rio de Janeiro e que vem se espalhando por vários locais, ele é um deleite para os grupos da militância negra e para os oportunistas de plantão. Todo ano é a mesma coisa. Um mega despacho nas cercanias da estátua de Zumbi dos Palmares na Avenida Presidente Vargas, gente fantasiada com aquelas roupas coloridas e, claro, muitos discursos engajados. Pelos outros lugares onde existe o feriado a coisa não é muito diferente disso. A data é uma das distorções mais sutis de nossa sociedade. Temos esta marca na história de nosso país, a escravidão. Primeiramente foram os índios e depois os negros — mais duradoura e marcante. Sabemos de todos os males que a escravidão causa, em qualquer sociedade ou em qualquer país. Ela é sinônimo e motivo de preconceito, faz es

Cadê a música?

Inspirado no post “ ...que a música me perdoe ”, no blog O rio corre para o mar . Stella Junia, a dona soberana do blog citado acima, quando fala de música é bom que todos fiquem calados. Ela tem muita moral para alertar sobre banalização da música, de sua transformação em produto de qualidade duvidosa e da falta de cuidado com tão bela expressão. Impulsionado pela leitura “stellar” e por mera observação, vou tocar no assunto mais de outro ponto de vista. Aliás, pela falta de vista. Não vejo mais lugares onde se apresentavam os grupos instrumentais no Rio. Tirando uma ou outra casa que funcionam quase à margem da vida cultural carioca. Nelas ainda se apresentam músicos de primeira linha, alguns foram ícones da música instrumental brasileira nos anos 1980 e 1990. Conversando com um amigo contrabaixista profissional, tive a impressão que os músicos cariocas quase se estapeiam para tocar nesses lugares. Muitos migram para São Paulo, outros para fora do país mesmo. Muita gente acha que mús

Professor, me tira uma dúvida?

Inspirado no post REFORMA AGRÁRIA, do blog Leite de Pato . Nos meus tempos de cursinho pré-vestibular, ouvia de professores de História e de Geografia que a solução para o Brasil era a reforma agrária. Virava e mexia, eles falavam do assunto como uma nova descoberta da penicilina ou do transistor. Eles pregavam sobre uma tal de agricultura familiar, que era descrita como uma bela cena de um pai, uma mãe e seus filinhos trabalhando e vivendo da terra. Vendendo seus frutos para abastecer os centros urbanos, gerando fartura na oferta de alimentos, evitando a migração para as cidades e contribuindo para o equilíbrio social. Que lindo. Agricultura familiar... Ela não seria também o caso daquele gaúcho que largou uma lavourinha e desbravou o centro-oeste brasileiro? Tirou a sua família de um relativo conforto e a submeteu à privação da ausência de seus parentes, cultura de ter que cuidar de uma vasta extensão de terra. Hoje ele é um dono de uma grande fazenda, seus filhos estudaram e adquiri

Simon é o cara.

Ele é o único arbitro do na Brasil que não tem medo dos quatro grandes paulistas. Ele tem coragem de expulsar o Rogério Ceni. Ele anula um gol legítimo do Palmeiras (Melhor para o Fluminense, a "lanterna assassina", e ajudou o Mengão). Ei, ei, ei. O Simon é nosso rei...

Auto-choque de Ordem

Apareceu no Jornal da Globo , de 04/11/2009. Carros das Secretaria de Ordem Pública da município do Rio de Janeiro estacionam na calçada, impedindo a passagem de pedestres. E não dá nem para dizer que foi uma situação de exceção. A equipe de reportagem acompanhou o movimento dos carros durante um mês. O Rio de Janeiro tem uma espécie de vício de origem, fruto de uma história colonial, burocrata e cartorial. Aqui, a qualquer sinal de proteção estatal, uma turma se acha no direito de romper com qualquer fronteira legal ou moral. O exemplo mais comum são os casos de truculência e corrupção na polícia e chega nas viaturas públicas que não respeitam as leis de trânsito e por servidores que tratam com desdém a população que paga por seus serviços e espera o mínimo de atenção. O caso dos carros (picapes enormes) nas calçadas é emblemático por se tratar de um dos problemas mais incômodos que os pedestres cariocas têm que enfrentar. Além disso, em todas (eu disse todas) as campanhas para eleiçã

A morte de Helena

Não acompanho a novela das oito. Mas é claro que sei que a Taís Araújo é a protagonista da trama. Um dia desses, vi numa banca de jornal uma revista que estava na capa: “O povo quer a morte de Helena.” Pensei: Já?! Não dá para dizer que a Helena é chata. As Helenas de Manoel Carlos são sempre meio chatas. Não dá para dizer que a Helena tem um vidão e reclama de barriga cheia dos problemas que tem. Quase todas as Helenas de Manoel Carlos têm esse perfil. Quase todas moram ou no Leblon ou na Barra da Tijuca, são profissionais competentes e algum problema na família com o qual elas têm que lidar até o final da trama. Então por que raios o povo que matar a Helena 2010? Tudo bem que a Helena de Taís Araújo é diferente. É jovem demais, é bonita demais e... tem melanina demais? Será? Não... Sintomático.