A Musa


Especulam, perguntam, mandam mensagens, alguns fazem piada. Tudo bem. Os mais diretos perguntam explicitamente se estou apaixonado, o que está acontecendo. Tem de tudo, algumas suposições absurdas. Acho graça... A verdade é que, sim, existe alguém que me inspira a escrever as coisas que escrevo. As coisas de amor e as que não são de amor, as prosas e as não prosas. 

Ela está lá. Ela, ao ler, percebe-se a si mesma. Tento com minhas palavras construir um mosaico com a sua imagem, cada fragmento tem algo dela. Existe um contorno bem definido, uma conexão com fatos, momentos e sentimentos. Tem as nuances e, como num quadro, tem suas cores, luzes e sombras. Foi a maneira que achei de fazê-la perto de mim. Foi o caminho que escolhi seguir até ela, a musa. Por que não uma musa? Não vazia e hetéria. Mas de carne, ossos, sonhos, defeitos e limitações. Humana, como qualquer uma. Mas única. Porque me fez lembrar do que eu tinha de melhor e me ajudou a descobri o que de bom eu tenho e não sabia.

Mesmo publicando meus textos e permitindo que alguns copiem e que talvez os dediquem a outras pessoas, eles têm um objetivo. São uma declaração. Uma homenagem, talvez tola, de um cara tolo que tenta ser diferente do que se vê por aí. Os tolos também acertam. Acertam quando decidem pela verdade, por jogarem fora as máscaras da insegurança e correrem alguns riscos. Riscos esses que são avaliados como menores do que a alegria de um dia ser considerado como real possibilidade. Os tolos não descansam de seus sonhos. 

Pois bem, está dito. Posso ter esclarecido ou deixado os curiosos na mesma. Meu real desejo é que cada vez que ela mira no espelho de minhas palavras, ela possa reconhecer seu reflexo cada vez mais nítido.

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