Novas projeções

Sobre o fechamento das salas de cinemas de “rua”, eu tenho uma opinião um tanto divergente da opinião da maioria. Tudo bem que cinema é uma arte e, portanto, tem um apelo emocional grande. Tudo bem também que as antigas salas de cinema abrigaram passagens importantes da vida de muitos. Quantos  primeiros encontros e primeiros beijos não aconteceram num Carioca ou num Odeon da vida? Nessas horas o saudosismo bate forte. Natural...

Mas cinema é acima de tudo um negócio me movimenta bilhões (de dólares e de reais). E há muito tempo passou a ser um negócio que movimenta massas. Basta ver a quantidades de pessoas que frequentam os cinemas e os impressionantes números das bilheterias mundo a fora. Logo, é previsível que as salas se transfiram para locais onde a concentração de pessoas seja maior. Shopping-centers são os locais preferidos. E essa relação simbiótica entre compras e lazer parece ser a melhor combinação para ambos os negócios. Nestes locais estão a maioria das coisas que se procura ao ir ao cinema, inclusive a certeza daquela vaguinha amiga para deixar o seu carro, sem o risco de chegar atrasado para o filme.


Novos tempos (nem tão novos assim). Mas são os tempos em que vivemos. Não é ruim, nunca tivemos tantas salas de cinemas disponíveis e tanta variedade de filmes para serem vistos. A economia de escala tem muitas vantagens, até para a arte. Sempre haverá alguma coisa do passado que nos trará saudades. Seja o cinema do bairro, a programa de TV que não é mais exibido, ou mesmo a lembrança daquele primeiro beijo. Que fiquem em nossas memórias e que lá tenham um bom lugar. 

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