Deixa Chorar.

Sobre o choro dos jogadores da Seleção Brasileira eu pergunto: Qual o problema de marmanjos milionários chorarem? Não seriam tão humanos quanto eu e você? Estariam eles numa casta superior, que os imuniza do choro ou de qualquer emoção oriunda de uma situação de pressão? 

Nenhum de nós jogou uma Copa do Mundo. Ainda mais dentro de nosso país, em estádios gigantescos, num momento político delicado e com uma organização tão criticada. E, com todo prestígio que desfrutam, os jogadores da Canarinho são um dos poucos pontos vistos com bons olhos. Qualquer um de nós nesta situação sentiria o peso. Há 10 anos, a maioria deles era de meninos pobres e desconhecidos. Hoje são estrelas mundiais representando um país. Mais que a pátria de chuteiras, eles são as chuteiras de uma pátria inteira. 

Choraram (você choraria), mas ganharam o jogo (você ganharia?). Da mesma forma que o corpo se machuca com as pancadas dos adversários, a alma sente as pancadas psicológicas. Do mesmo jeito que ortopedistas e fisioterapeutas curam músculos, tendões e ossos, os psicólogos ajudarão com as questões da psique. Ignorante ou sensacionalista quem insiste em cismar com isso. Da mesma forma que torcemos para que os médicos curem os inchaços de Neymar, torçamos para que a psicóloga faça nossos jogadores organizarem seus sentimentos. 

Homens choram. E muito. Mas são homens que vencem depois de se superarem. Se venceram ou não, saberemos em breve. Mas uma coisa já descobrimos: assim como errar, chorar é humano. No fundo sabíamos que "teria Copa". E onde tem Copa, tem choro. Mas também pode ter alegria. Vejamos então o que nos espera. 

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