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Mostrando postagens de junho, 2014

Alguns Amores

Alguns amores resistem demais.  E mesmo sem paz, perduram, insistem.  E abusam da nossa razão. Alguns amores são teimosos.  Contraventores das leis naturais. Que desafiam os dogmas morais e sociais.  Alguns amores são vigorosos.  Cheios de fúria e gula.  Deixam odores, cores e sabores únicos.  Alguns amores nos acompanham como sombras.  Rodeiam ao mudarem a luz e o ângulo.  E refletem o que somos de várias maneiras. Alguns amores são perenes Como que vindos de outros planos de vida.  Vida... Alguns amores... Os amores da vida. 

Poderes

Se eu pudesse Todos os dias Poemas te daria Flores te compraria Teu mundo coloriria Se eu pudesse Tua casa encheria Com nobres especiarias Teus sonhos realizaria Se pudesse O mundo te daria E se não quisesses este mundo Um só para ti faria.

Temas.

Escreveria muitos poemas E todos os temas seriam você.  Em seu despertar e anoitecer. E sua coisa de me endoidecer.  Escreveria muitos poemas E os temas teriam você.  Nas noites do prazer, Dona do meu querer.  Escreveria muitos poemas E só um tema teriam: você.

Promessas

Não me peças Promessas  Que não cumpririas Noites frias escuras Em que sussurras  Saudades e amarguras  De nossas lembranças  Saudades futuras  Promessas  Do que não terias Porque não poderias Dar nem deixar  Estava acima  Da tua escolhida sina  Promessas  Não me peças

Bela

Hoje eu vi tua beleza. Não que ela não estivesse lá. Mas estava escondida aos meus respeitosos olhos. Hoje vi tua beleza. Quase um susto, uma proibição. Revelação do óbvio. Hoje eu vi tua beleza. Eu tive medo do que senti. Mas tua beleza estava lá. Tenho certeza, eu vi.

Paralela

Sou teu amor da outra vida  que não vives. Que paralela insiste à outra vida em que resides. Onde planejas e filias em planilhas. A vida que vives permite que sejas perfeita, equilibrada, exemplar. Mas que por um par de segundos, te permite escapar. Para lembrar onde estou, na vida imperfeita, imprevisível.  Vizinho do inexplicável e possível  Sou teu amor da outra vida. Daquela que espias por janelas. Não a de tua alma em coma, o nde teus instintos o medo doma.  Pois na vida que presides, sabes tudo o que fazer.  Como vai ser, e até quando nela morrer. 

Vaias

Não podemos vaiar a Dilma. Não podemos. É feio. Papai Lula vai brigar. Temos que mamãe Dilma exaltar. Afinal dindin ela nós dá. Assim como o papai Lula dava já. Não podemos vaiar a Dilma. Ela não pode ouvir, não. Ela tem que achar que está tudo bom Deu-nos o circo E pelo diabo pisado pão. Mas não quer ouvir reclamação. Não podemos vaiar a Dilma A chamada “presidenta” Xingamento não aguenta. Tem medo da pimenta, Que em nossos olhos arde. Mas não podemos fazer alarde. Não podemos vaiar a Dilma. Mas que povo mal educado! Deveria ficar calado, Mesmo tendo flagrado O seu direito roubado.

Dez Anos

Era uma manhã solar e fria em Nova Iorque. O aeroporto JFK estava cheio, pessoas transitando apressadas. Ele e sua mãe esperavam a volta para o Rio de Janeiro, depois de uma curta viagem de férias que ele a dera de presente. Estavam cansados e felizes. Era a primeira vez que ela assistira a um espetáculo da Broadway, passeara pelo Central Park e participara um culto batista numa igreja d o Harlem. Mas, aos 70 anos, eram muitas novidades para uma pacata dona de casa, que conhecia a Big Apple apenas pela tela da TV. Aguardavam na sala de embarque a chamada para o vôo. Alexandre foi buscar um café quente para manter-se acordado e aquecido. Na volta, apreciava a luz do sol que invadia os vitrais. "A luz aqui é diferente e tão bela", pensou. Algo lhe chamou a atenção. Como que atendendo a um chamado silencioso, olhou para o lado esquerdo e não acreditou no que via. Fernanda, andava em passos apresados. Ele levantou rapidamente, largou o copo de café. — Espere aqui, mãe. — disse s

Novas projeções

Sobre o fechamento das salas de cinemas de “rua”, eu tenho uma opinião um tanto divergente da opinião da maioria. Tudo bem que cinema é uma arte e, portanto, tem um apelo emocional grande. Tudo bem também que as antigas salas de cinema abrigaram passagens importantes da vida de muitos. Quantos  primeiros encontros e primeiros beijos não aconteceram num Carioca ou num Odeon da vida? Nessas horas o saudosismo bate forte. Natural... Mas cinema é acima de tudo um negócio me movimenta bilhões (de dólares e de reais). E há muito tempo passou a ser um negócio que movimenta massas. Basta ver a quantidades de pessoas que frequentam os cinemas e os impressionantes números das bilheterias mundo a fora. Logo, é previsível que as salas se transfiram para locais onde a concentração de pessoas seja maior. Shopping-centers são os locais preferidos. E essa relação simbiótica entre compras e lazer parece ser a melhor combinação para ambos os negócios. Nestes locais estão a maioria das coisas que se