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Mostrando postagens de janeiro, 2012

Mudar para ser o mesmo.

"Há momentos na vida em que para continuar o mesmo você tem que mudar."  (Leonardo Boff) Estou há uma semana pensando nesta frase. Pensando profunda e insistentemente. Mudar para continuar o mesmo. É óbvio, mas de difícil digestão. É um protesto contra a auto violência que em momentos da vida, sem percebermos, somos submetidos. É sem dúvida um das maiores dicotomias da existência humana: mudar para continuar o mesmo. Mudar o que? Mudar é difícil. Digo mudar de verdade. Mudar de lugar de na sociedade, mudar a maneira de lidar com o que sempre esteve lá e mesmo assim não nos fazia completamente felizes, mudar toda a superfície para manter a essência. Mudar dói. Dói muito por vezes. Mudar é solitário. Até porque, dependendo da situação, pode ser que sua mudança não seja interessante aos outros. Que (não) seja... Mudar é vital. As pessoas se acostumam com qualquer coisa. Por exemplo, quantos de nós podemos dizer que (além de Deus) somos os verdadeiros donos de nos

A gente...

A gente se busca A gente se encontra às vezes A gente se perde também A gente esquece de dizer, lembra tarde demais A gente se assusta e foge Se pergunta o porquê das coisas, Questiona os quandos A gente não sabe lidar com as peças que o tempo nos prega A gente se encontra, se esbarra E num instante se percebe no espelho do outro Aí vem o sopro e espalha tudo Fica a saudade, a falta... Tem que reconstruir sem entender Refazer sem saber A gente bem podia se encontrar de novo. Noutro tempo, noutra chance Mesmo sorriso, mesmas horas, mesma calma Mesma alma irmã Mesmo Grand Hotel (Inspirado na canção Grand Hotel, do Kid Abelha)

O Paradoxo dos Sexos - Parte 2

Começo relatando alguns casos que assisti em minha vida, mas que obviamente não convém dar nomes aos personagens. Caso 1 Ela com a carreira em franca ascensão. Um talento revelado desde muito cedo, que somente seguia o caminho natural dos profissionais com competência acima da média. Respeitada em seu meio profissional, era comum ser laureada por elogios públicos. Ele, o marido, um expectador. Indeciso, perdido e inseguro tanto no viver diário quanto em sua carreira profissional, decide dar uma guinada radical e retorna para a faculdade depois de anos de formado. Não se acha. Ao mesmo tempo, sua mulher está mais “achada” que nunca em sua profissão. Até o dia em que ele vira e diz: “Você é boa demais para ficar casada comigo.” Pega as suas coisas e vai embora, deixando um vazio gigantesco na vida de sua mulher. Caso 2 Nos bancos da faculdade, ela sempre foi destaque pelas boas notas. Arranjou um namorado mais velho e menos instruído. Ao invés de tratá-la como uma jóia prec

O Paradoxo dos Sexos

O rótulo da nossa época é a pós-modernidade. Como se tivéssemos alcançado o ápice da modernidade e que depois disso tudo seria repetição ou exacerbação do mesmo. É, no mínimo, pretensioso. Se hoje o avanço da tecnologia é enorme, ainda não alcança a todos. O homem destrói os recursos naturais com o aval estatal. Guerra, fome, injustiça e tantos outros males são tão ou mais freqüentes do que antigamente. Isso sem falar das doenças químicas e sociais que nos rondam. De moderno não temos nada. Nos últimos tempos, tenho refletido sobre o conceito de modernidade nas relações entre homens e mulheres, em vários campos. Não há nada mais retrógrado. Há 40 anos, as mulheres foram às ruas lutar por direitos iguais. Foi um momento de efervescência social, em que dali saíram vários avanços que podemos desfrutar hoje. Mas foi gerado um grande paradoxo. Mudou-se a maneira de se criar uma menina, mas foi conservada a maneira de se criar um menino. O resultado é uma geração entre 20 e 50 anos de idade