Eu vi um fantasma. Um fantasma do futuro. Um fantasma paradoxal. Tinha o mesmo perfume, os mesmos traços e os mesmos trejeitos do passado. Sentou ao meu lado e sorriu o sorriso que outrora eu tanto provoquei. Conversamos animadamente, sobre vários assuntos. Sobre longevidade, eternidade e outros planos de vida. A assombração vindoura me deu pistas de como será o porvir, com suas marcas do tempo e sua leve gris. Perguntou-me como vai a vida. Respondi que vai bem. E que, desde que o passado se foi, algumas coisas haviam mudado, mas que eu continuava o mesmo sujeito. Rápido o momento passou e o futuro espectro se foi. Meu sentimento era de espanto e admiração. O fantasma do futuro era a mãe do passado. Não era fantasma, então. Era projeção. Futuro, mande lembranças do presente ao passado.